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Caos partidário

Quem se dá ao trabalho de ouvir, nos programas políticos radiofônicos, o que dizem dirigentes partidários, tomará conhecimento do verdadeiro caos instalado nos municípios do Estado, em consequência da presença estapafúrdia e desenfreada de tantos partidos nas nossas comunas interioranas. Há algumas décadas, quando existiam apenas seis ou sete partidos, com dois ou três mais fortes, com maior peso em relação aos demais, os nomes dos candidatos a prefeito e vice-prefeito, a essa altura, já teriam sido escolhidos. E poucos trocavam de partido.
Havia, além do mais, uma lealdade partidária canina. Quando alguém, mesmo um simples eleitor, mudava de sigla, “virava”, causava surpresa e espanto. Se era alguma liderança, tipo cabo eleitoral, era um escândalo, e se o “vira-casaca” era um chefe político, era motivo para comoção. Conforme se queixava um ex-prefeito de um grande município da Zona Norte, o partido dele, PT, havia perdido mais de 50% dos seus filiados, “distribuídos entre seis partidos, e o que é pior, nanicos. O mesmo ocorreu em relação a outros partidos, principalmente se aliados ao PT.
Ser eleito prefeito não significa segurança para governar, devido à variedade de vereadores eleitos por partidos nanicos. Há cidades na Ibiapaba e Zona Norte, cuja Câmara é composta por  nove vereadores de sete partidos diferentes e quase todos “vendáveis”, “compráveis” ou “trocáveis”. Diante de um quadro caótico como esse vale torcer para que o presidente interino, Michel Temer, se torne efetivo, para que possa cumprir o que tem prometido, ou seja, reduzir o número de partidos nanicos,  o que já seria uma grande obra, capaz de ilustrar a história dele.

Mais compromisso – Não se pode colocar em dúvida que o governador Camilo Santana é um gestor sereno, boa gente e de estilo bem diferente do jeito agitado de governar de Cid Gomes. Mas, talvez por causa da crise, que não respeita estados, ele vem sendo criticado por deputados opositores na AL, que cobram o cumprimento de compromissos assumidos com algumas categorias. É o caso de acordo para melhorar a vida de agentes penitenciários, assinado por várias autoridades, e que deveria ter sido enviado à AL em junho, o que não aconteceu.

Complicados – Não será só a crise e a quebradeira que vai infernizar a vida de muitos candidatos a prefeito, com destaque para os que, já estando no poder, batalham por um segundo mandato. Isso, diante da disposição do Tribunal de Contas dos Municípios, Ministério Público e Eleitoral, Polícia Federal e Promotoria contra Crimes na Administração Pública de não deixarem “passar nada”, em termos de improbidade administrativa. Nesse sentido, essas instituições agirão em  conjunto e usarão “malha- fina” contra mau uso de recursos federais, estaduais e municipais.

Sem cobertura – No Ceará, pelo menos 70 cidades com menos de 40 mil habitantes se veem a descoberto, sem uma cobertura policial capaz de dar tranqüilidade aos seus moradores. Segundo o deputado Ely Aguiar, do PSDC, parece piada, mas não é. Registrarem-se casos de cidades com mais de 30 mil habitantes, cuja segurança é confiada a dois ou três policiais militares. Para piorar esse clima, a Polícia Civil, que poderia ter mais efetivos no interior, encontra-se sem policiais suficientes, À falta de concursos, e devido à aposentadoria de centenas deles.

Maldade sem limites – Na Áustria, mais precisamente na pequena cidade de Braunau, governo desapropriou a casa onde nasceu e viveu seus primeiros anos Adolf Hitler, fundador do nazismo e responsável pela II Guerra Mundial, que custou 30 milhões de mortes. Autoridades temem que o local seja alvo de peregrinações e de inspiração neo-nazista. A tendência será demolir o prédio para a construção de um “monumento à maldade”, uma advertência a todas as gerações.

Não acerta uma… – O senador carioca Lindbergh Farias, do PT, não se cansa de cometer “mancadas” em suas intervenções no Senado. A mais recente foi a sua proposta, feita aos berros, em sessão da Câmara Alta, onde “exigiu” do governo Temer “taxar grandes fortunas e bancos bilionários”. Sem perder o mote, o senador paraibano Cássio Cunha Lima, do PSDB, calou a boca do faroleiro, indagando: “E por que vocês, do PT, nos governos de Lula e Dilma, não tiveram essa iniciativa, preferindo poupar os ricos e “engordar” mais ainda os bancos ricos?”…

Médicos ilegais – Tem continuidade a séria polêmica envolvendo a situação de milhares de médicos brasileiros, que se dizem “ameaçados”, por terem de ser submetidos a exame daquela ordem. Para eles, faculdades e CRMs é que sabem o que é legal e competente. O problema, segundo a Sociedade Brasileira de Direito Médico, está nos 17 mil médicos nacionais formados em faculdades da América Latina – Bolívia, Equador, Venezuela e outros, que não tiveram a revalidação dos seus diplomas, o que coloca em risco muitas vidas a eles confiadas.

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