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Criatividade ao ousar

Aberto ao público, no sábado passado, o Salão do Automóvel de Tóquio organizado a cada dois anos é uma exposição curta (termina no próximo dia 5) e predominantemente voltada ao próprio mercado japonês. No entanto, tecnologias do momento que incluem carros autônomos, híbridos e elétricos são motivos de desafios que a engenharia local adora enfrentar. Considerando a chamada inteligência artificial (IA) fundamental daqui para frente, as marcas locais – aliás, em pleno processo de consolidação pois não há futuro para nove fabricantes – têm muito a contribuir.

Como maior fabricante do país, a Toyota tinha muitas atrações no estande, a principal o carro-conceito Fine-Comfort Ride. Segue a diretriz do governo nipônico que prefere veículos elétricos movidos por pilha a gás hidrogênio, no lugar de baterias. Sua autonomia chega a 1.000 km, maior portanto que a do Mirai hoje à venda. Há alguns exageros como o estranho Tj Cruiser, um crossover conceitual misto de van e SUV.

A Toyota surpreendeu ao anunciar no salão que não pretende importar ou fabricar aqui o crossover médio C-HR (porte do RAV4). Talvez tenha considerado as linhas ousadas demais para sua imagem mais contida no Brasil. Porém, acenou com um modelo de sua subsidiária Daihatsu, DN Trec, de fato bem interessante e de tamanho menor. “Está em estudos”, admitiu Steve St. Angelo, presidente para América Latina.

Quatro modelos conceituais, todos elétricos, foram apresentados pela Honda. O mais interessante, Neu-V, aprende com as preferências e humor do motorista graças à IA. Aproveitou para lançar o novo CR-V híbrido e confirmar que importará do Canadá, em meados de 2018, o excitante cupê Civic Si com motor turbo de 208 cv e câmbio manual. A marca anunciou que dois terços de suas vendas em 2030 serão de elétricos ou híbridos, sem informar como se dividirá a preferência dos consumidores entre as duas ofertas. Há razões para híbridos predominarem, sem descartar um gerador a combustão no lugar de baterias em tração puramente elétrica.

Nissan, por sua vez, acertou ao redesenhar o Leaf, primeiro elétrico a tentar um espaço no mercado mundial. Confirmou que vai importá-lo para o Brasil em 2019. Agora tem estilo palatável e capacidade de ser controlado com apenas um pedal para acelerar e frear (pedal de freio continua para casos extremos). A fábrica acredita que por volta de 2025 será possível um automóvel elétrico ter o mesmo preço de um convencional, mas não disse se com ou sem subsídio governamental. Um dos protótipos mais interessantes em exibição é justamente o IM-x, que integra seu conceito de mobilidade inteligente. Entre os convencionais confirmou a volta X-Trail ao País, um SUV médio que faz falta à marca.

Como todo salão japonês há projetos sobre o inusitado. Destaque desta edição é o Flesby 2, monoposto diferente com grandes almofadas externas que o protegem em pequenas colisões e minimiza ferimentos em caso de atropelamento. Carros convencionais também atraem visitantes. O Mazda Vision Coupe Concept antecipa como poderia ser um topo de linha de um fabricante pequeno, em busca de sobreviver. Para muitos, o modelo mais bonito em exibição.

Quando chegar ao Brasil, em meados de 2019, primeira picape Mercedes-Benz Classe X vai impressionar pelo requinte de acabamento e alto nível de isolamento acústico. Será produzida na Argentina (compartilha chassi e carroceria com Nissan Frontier e Renault Alaskan) com o mesmo motor diesel. Mas a topo de gama terá um V-6, 258 cv, 56 kgfm, da própria Mercedes.

Programa Brasileiro de Etiquetagem Veicular trará novidades a partir de janeiro de 2018. Considerado como certo mais um aperto para reduzir consumo de combustível (etanol e gasolina), política que deu ótimos resultados até agora com prazos factíveis. Também haverá nova metodologia de cálculo de consumo e duas novas categorias se somarão às 14 atuais.

Hatch de teto alto, JAC T40 é crossover com surpreendente evolução em estilo por preço muito bom. A marca chinesa explorou materiais mais nobres e melhorou acabamento. Espaço interno e visibilidade (inclusive espelhos) destacam-se. Motor 1,5 L, flex, 125 cv, poderia ter mais potência. A melhorar: sensibilidade da direção e suspensão menos ruidosa em desníveis.

Período mínimo de suspensão da carteira de habilitação sobe de um para seis meses a partir do dia primeiro deste mês. Penalidade se aplica para quem acumula 20 ou mais pontos por infrações cometidas em 12 meses. Por outro lado, códigos e nomes de agentes de trânsito responsáveis por autuações estarão disponíveis na internet. Decisão (correta) é do Contran.

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