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Fortaleza

Decepção…

Assisti a uma entrevista, na qual o historiador disse que o maior presente que recebeu da vida foi a decepção.
Ele dizia que, quando criança, não foi feliz, quando adolescente, também não. Só depois de adulto, bem vivido e sofrido, caminhando para última quadra da vida,  a velhice, é que realmente pôde dizer que era feliz.
Acabaram-se os sonhos, quais bolhas de sabão, as ilusões lúdicas, as esperas interminavelmente ansiadas, as ilusões formuladas para tornarem-se realidade a qualquer preço. Tudo isto virou pó, para dessas cinzas, qual fênix, surgir uma outra pessoa mais pé no chão, mais rocha e menos espuma. Enfim, a realidade plausível que deve ser a vida.
Anexei meus pensamentos e minha filosofia de vida à dele e vi quanta similaridade existe entre a assertiva do afirmante e a minha.
Não posso dizer que não tive uma infância e uma adolescência feliz. Tive sim, porém uma felicidade folhas ao vento. A vida adulta foi de muita garra para caminhar e não demostrar fragilidade. Feliz não estava. Estava batalhando pela realidade.
Hoje, praticamente na última etapa da caminhada, quando aceitei a decepção como presente, antevejo o resto da estrada bem mais amena, com menos medo de sofrer, apaziguando meu coração contra as intempéries que possam surgir e, assim, aceitando com mais paciência as cartas que a vida dispõe sobre a mesa.
Qual remédio, senão este para navegarmos com mais serenidade? Meu querido pai sempre dizia: “Se vai para o inferno, o melhor a fazer é tomar o cão como compadre”.
Então, é ir em frente, cabeça erguida expulsar os medos e pensar: ante a força, não há argumento.
Indaga para si mesmo: posso mudar? Muda sem vacilar. Ou então, posso mudar? Não. Então, aceita sem reclamar.

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