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É preciso reformar

Estamos caminhando para mais uma eleição municipal e, mais uma vez, sem que tenha sido realizada a prometida, mas nunca cumprida, reforma eleitoral. Em consequência disso, já começamos a testemunhar, desde que se iniciou a campanha, um lastimável repeteco de tudo o que tem ocorrido ao longo de todos os pleitos, após o fim do primeiro período de governo do presidente Getúlio Vargas. Do mesmo modo como ocorria à época dos velhos UDN, PSD, PSP e outros já extintos, a campanha é apenas uma repetitiva caça ao voto, a qualquer custo.

Enquanto isso, testemunhamos, mais uma vez, o heróico esforço da Justiça Eleitoral que, com o apoio da Polícia Federal e Ministério Público, se desdobra para moralizar o “imoralizável”, tendo em vista uma improvável reforma eleitoral, que não interessa a deputados e senadores que foram eleitos pelo infalível sistema do voto negociável. Diante do exposto, não seria exagero dizer que, além da reforma, torna-se se indispensável, quisermos sair do obsoleto sistema atual, a criação de um novo modelo de eleitor, assim como de parlamentares diametralmente opostos aos atuais.

Quando dizemos a qualquer custo significa que a velha compra de votos com dinheiro e outros agrados, incluindo roupas, calçados, dentaduras e até perucas e abortos, permanece mais do que viva. Como acusava, há alguns anos, o calejado político Manoel de Castro, que chegou a governar o Estado, “o que há de pior na nossa política, é que, enquanto certos políticos usam essa atividade como profissão, o mesmo ocorre com eleitores “profissionais”, que fazem de cada eleição a sua “feira”. O mais grave é que essas duas “profissões” dificilmente serão extintas.

SEM LÓGICA – Para os deputados Vítor Valim (PSDB) Mesquita (PP) é um grande equívoco, uma grande falta de lógica, taxar de “presidente sem voto” o senhor Temer hoje à frente da presidência do País. Acrescente-se a isso, uma verdade que só petistas obnubilados não enxergam: sem os votos de Temer e do seu partido, Dilma jamais teria sido reeleita. Portanto, ele é um presidente eleito e, se tem defeitos, a História haverá de se encarregar de provar.

RISCO – Enquanto rolam as polêmicas em torno do impeachment de Dilma, da sua substituição e pelas futuras conseqüências desses episódios, uma verdade histórica indiscutível vem à tona: em 90 anos, a partir do presidente Washington Luís, apenas cinco presidentes concluíram os seus mandatos normais: General Dutra, Getúlio Vargas, JK, Lula e Dilma (1º mandato). Ou seja, somos um país politicamente pacífico, mas apenas em parte. A população não gosta de incompetentes.

VIOLÊNCIA – Da zona Norte, uma informação preocupante: cresce de tal modo a violência nas campanhas eleitorais, que, em algumas cidades, incluindo da Ibiapaba, começam a se refugiar em sítios e fazendas afastadas dos centros urbanos. Nesse caso, diz o deputado Ferreira Aragão (PDT) urge a providência, quanto mais urgente, melhor, de reforços policiais ou, se for o caso, a presença das Forças Armadas. Isso, antes que mais pessoas, incluindo políticos continuem a ser vitimadas.
LIMITES – Se não houver reforço na segurança entre municípios do Ceará limítrofes com o Piauí, Rio Grande do Norte, Paraíba e Pernambuco, será difícil conter a invasão no nosso estado por marginais fugidos e oriundos desses estados. A advertência é do deputado Ely Aguiar (PSDC), por sinal, autor do projeto que criou os Batalhões de Fronteiras. Os problemas não se relacionam apenas à luta para impedir o contrabando, mas, principalmente, devido ao tráfico de drogas.

CARA-DE-PAU – No interior, lá na região do Cariri, um candidato a vereador flagrado “molhando a mão” de um bloquinho de eleitores em sua casa, veio com uma desculpa que é “acara” da maioria dos que se encontram nessa situação: “Se o povo não tem emprego, e eu não tenho ainda emprego para dar, o jeito que tem é “agradar” a quem está necessitado”. São atos dessa natureza que, segundo o ex-deputado Antonio Câmara, “fazem-nos descrer que a política do País tem jeito”.

SERÁ? – Notícias da esquentada campanha eleitoral-2016, de Sobral, mostram que esta vira, a cada dia, a mais acirrada guerra eleitoral da Terra de D. José nas últimas cinco décadas. Ante a competitividade do candidato Moses Rodrigues (PMDB), a coordenação da campanha do deputado Ivo torce para que o candidato do PSDB, Dr. Guimarães, continue “rachando” a votação dos que trabalham para tirar do poder os Ferreira Gomes. Só o fim da campanha provará essa teoria.

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