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Espaço para inovações

Nesse ano dificílimo para a economia brasileira, em particular para o setor automobilístico, é estimulante saber que seminários e congressos conseguem atingir objetivos, agregar conhecimento, antecipar tendências e projetar o futuro. O Congresso SAE Brasil completou 25 anos com um evento recente em São Paulo. Em 1991 se implantou aqui o primeiro braço fora dos EUA da secular (fundada em 1905, em Nova York) Sociedade de Engenheiros Automobilísticos.
Hoje, voltada para a engenharia da mobilidade, nos modais terrestre e aéreo, a entidade conseguiu ao longo de três dias reunir mais de 7 mil participantes, 85 palestrantes e apresentar 94 relatórios técnicos. A tradicional exposição encolheu um pouco, mas o inovador espaço tecnológico deu oportunidades para apresentações abertas e a baixo custo.
Um tema quase onipresente foi a mobilidade inteligente e, claro, o caminho para direção semiautônoma, em um primeiro momento, e autônoma, em um futuro difícil de prever com exatidão. Entre a tecnologia estar testada, pronta e efetivamente aplicada na prática podem aparecer alguns óbices. Até implantação mais lenta que o esperado, pois toda a sociedade precisa entender os reflexos.
O brasileiro parece estar confortável, segundo pesquisa da Cisco apresentada pela Porto Conectas, sobre o novo papel do automóvel. A população urbana aceita a direção autônoma, além da possibilidade de trocar a propriedade do carro pelo uso apenas quando necessário. Como toda pesquisa, depende de como a pergunta é feita, o público-alvo atingido e se a pessoa está disposta a pagar por custos desconhecidos que serão muito altos, pelo menos de início. Fora dos grandes centros urbanos e entre aqueles que nunca tiveram um automóvel as respostas talvez fossem outras.
Com infraestrutura precária, tanto viária como em abrangência limitada do tráfego de dados em alta velocidade, tudo deve acontecer de forma bem mais lenta no Brasil. Ainda há espaço, porém, para inovações como o banco de motorista de ônibus que detecta a fadiga do profissional. Desenvolvido pela Marcopolo, a encarroçadora gaúcha apresentará a novidade a seus clientes no início de 2017 e inclui diferentes métodos físicos de alerta.
Versões modernizadas de embreagem automática eletrônica (com ou sem pedal) foram reapresentadas pela Bosch e Schaeffler. Dispositivo mais barato do que o câmbio automatizado de uma embreagem merecia ter uma segunda chance no mercado brasileiro. Agora é possível ganhar até 5% em economia de combustível com o recurso de roda-livre (abertura da embreagem para aproveitar o movimento próprio do carro) e mais 5% se acoplada ao sistema start-stop (desliga-religa o motor no para-e-anda do trânsito).
O congresso divulgou uma iniciativa meritória apoiada por Campinas (SP). Trata-se de um projeto-piloto chamado Investigação Avançada de Acidentes de Trânsito, existente em 12 países. Apenas em um bairro da cidade a comissão técnica pesquisou 72 casos e promoveu 23 reconstituições, inclusive de fatalidades. Numa segunda fase este pool de empresas, universidade e instituições públicas preocupadas com a segurança quer incluir acidentes rodoviários.

Fiat continua a enxugar sua linha de produtos no Brasil. Parte pela queda de mercado, que inviabiliza a continuidade de modelos com vendas baixas, e parte como reflexo das exigências de motores com maior eficiência energética. Freemont não é mais importado e o Punto para de ser produzido em janeiro próximo. Mas, haverá estoques para vendas por até seis meses.

Junho de 2017 marcará a chegada do substituto do Punto, novo representante entre os compactos de faixa mais alta de preço produzido em Betim (MG). Nome ainda está sob sigilo, mesmo porque também tomará o lugar do descontinuado Bravo. Versão sedã será feita na Argentina, mas é improvável estrear no próximo ano. Por lá, o projeto está um pouco atrasado.

Passat, importado da Alemanha, fica pouco a dever em relação a modelos premium do segmento de médios-grandes. O preço, de fato não ajuda, mas o carro passa sensação de alta solidez, tem câmbio automatizado de duas embreagens de funcionamento rápido mas suave nas trocas e motor elástico com sonoridade instigante. Quadro de instrumentos é 100% digital.

Notícia ruim nesses tempos difíceis. Governo paulista aumentou de forma indireta o ICMS na venda de veículos usados, único segmento a mostrar resistência em meio ao desânimo. A partir de fevereiro próximo, numa operação de R$ 50.000, como referência, o imposto sobe de R$ 450 para R$ 900. Outros estados, ávidos por receitas, podem seguir o (mau) caminho.

Disputas acirradas entre 36 equipes de 22 universidades de vários Estados marcaram os três dias da primeira Shell Eco-marathon realizada no Brasil. Os vencedores no kartódromo da Granja Viana, na Grande São Paulo, conseguiram ótimas marcas: categoria gasolina (equipe Pé Vermelho), 190,2 km/l; etanol (Feng Eco Racing), 102,9 km/l; bateria elétrica (EcoVeículo),139,4 km/kWh.

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