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Megatendências mundiais

Segundo a Fundação Dom Cabral, “megatendências são baseadas em expectativas generalizadas, originadas das mudanças estruturais que já são observadas na sociedade, natureza e nas relações entre economias.” Pode ser até palavra da moda, mas nada se planeja no mundo, atualmente, desconsiderando esses conceitos. E no setor autoindustrial, então, nem pensar em qualquer passo adiante, mesmo em curto prazo, sem analisar com uma lupa essas interações.

Um dos mais recentes e completos estudos é de autoria de Dave Leggett, editor-chefe do site inglês just-auto, no qual este colunista atua como correspondente no Brasil há 10 anos. O trabalho, longo e detalhado, denomina-se “Uma avaliação das megatendências que conduzirão as mudanças na indústria automobilística”. No sumário executivo ele aponta sete megatendências.
Mundo em crescimento, urbanizado e multipolar – Possibilidades e desafios são imensos. Uma crescente classe média nos países em desenvolvimento está no centro dessa nova onda de consumo. A imensa população indiana e sua baixa taxa de motorização atraem oportunidades que também existem em outros emergentes e regiões do mundo.

Mais consolidação industrial adiante – Novas alianças entre marcas são possíveis para dividir custos e reforçar presença global. A fragmentada indústria chinesa encara considerável reorganização. No setor de autopeças, as fusões estão ocorrendo pelo rápido crescimento em tecnologias avançadas como conectividade e eficiência do trem de força.

Carros mais “verdes” aceleram – Indústria está sob pressão para diminuir emissões de CO2. Opções de trem de força permanecem fragmentadas, com dominância crescente de motores a gasolina de três e quatro cilindros. Participação de diesel na Europa cairá na esteira do “dieselgate” da VW e da chegada de motores a gasolina menores e mais eficientes.
Novos modelos de negócio proliferam – No dinâmico espaço da mobilidade pessoal, as companhias que abraçarem tendências, a exemplo do Uber, crescerão. Compartilhamento de carros por meio de frotas ou “clubes” e plataformas desse tipo vieram para ficar. Fabricantes podem evoluir de sua função primária para provedores de serviços de mobilidade.

Carros autônomos estão chegando – Desenvolvimento está sendo rápido, em diferentes níveis de assistência ao motorista. A indústria caminha para o automóvel autônomo, mas não há cronograma claro e grandes obstáculos permanecem.

Pessoas e carros conectados – A revolução do telefone inteligente está sacudindo o conceito de entretenimento. Rápidas mudanças tecnológicas levarão a uma batalha entre a conectividade por meio de sistemas existentes a bordo e os que já estão disponíveis no celular.
Revolução digital põe o cliente no topo – Vendas ao consumidor final mudarão de foco no produto para se concentrar no comprador. Novas estratégias fundirão atendimento na loja, online e em dispositivos móveis (celular e tablete) para melhorar a experiência de compra. Incluem marketing personalizado e Gerenciamento de Relações com o Cliente. Nas grandes cidades haverá centros de marcas com o crescente uso de estratégias digitais em substituição ao relacionamento tradicional cliente-concessionária.

Roda Viva

Nova fábrica de motores da Toyota, em Porto Feliz (SP), além de ser a mais moderna do grupo no mundo, tem flexibilidade para produzir tanto motores 1,3 e 1,5 L do Etios quanto os do novo Corolla. Este chega ao mercado dentro de no máximo 18 meses. Usinagem e fundição estão sob o mesmo teto em posições vizinhas e com menor poluição possível.

Enquanto o País esteve focado no processo de impeachment da presidente da República na Câmara dos Deputados, no mês passado, uma diligente comissão especial aprovou projeto de lei, de 2011, para liberação de automóveis a diesel. Relator Evandro Roman ignorou problemas ambientais, inclusive de CO2. Em plenário, será difícil de aprovar nos termos propostos.

Indústria automobilística japonesa avançou na consolidação inevitável de suas nove marcas de veículos. Nissan adquiriu participação controladora (34%, de início) na Mitsubishi. Isso fortalecerá a aliança Renault-Nissan mundialmente. Por coincidência, o conglomerado Fuji decidiu mudar de nome para Subaru Corporation e assim revigorar a divisão de automóveis.

Citroën terá identidade visual e mesmo alguns produtos bastante diferenciados da Peugeot. O grupo franco-chinês PSA anunciou essa estratégia como definitiva e se soma à submarca DS. No Brasil, hatch compacto C3 receberá o novo motor de 3 cilindros, 1,2 L, Pure Tech, que estreou no 208, logo no início de junho. Algumas unidades já estão em concessionárias.

Produtores brasileiros de couro, representados por cortumes, apertam o cerco sobre fabricantes e concessionárias contra o termo couro sintético ou ecológico. Dificulta para o consumidor identificar o produto correto porque visualmente são semelhantes. Algumas marcas usam os dois materiais nos bancos e nem todos percebem as diferenças táteis e de qualidade.

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