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Nada mais falso

A cada pleito eleitoral, ao longo de tantas décadas, os esperançosos e sempre enganados defensores da moral e da honestidade na política, vê o público com o mesmo e surrado chavão: “De político safado a gente se livra é pelo voto”. Só que, mesmo depois de 127 anos da nossa medíocre República, os salafrários da política continuam, impávidos, a ser eleitos e reeleitos. Não que faltem bons e honrados cidadãos e cidadãs merecedores do voto do povo, mas os safados continuam, por obra de eleitores iludidos, ou iguais a eles.
Nas bibocas de estados onde as eleições são vencidas por donos de “currais eleitorais”, o remédio extremo é exterminar adversários e inimigos políticos na base do trabuco. Não é esse, entretanto, o caminho mais civilizado para se chegar ou permanecer no poder. O que tem ocorrido, ao longo de muitas décadas é que, embora consciente de que está votando e elegendo um corrupto, o eleitorado em sua maioria pobre e necessitado, termina cedendo à necessidade, mercadejando o seu direito à cidadania.
Essa situação, como lembrava o presidente JK, seria facilmente reversível, se não fosse a má qualidade e a irresponsabilidade de muitos partidos e de seus dirigentes. Para isso, bastaria cumprir um princípio, quase nem sempre cumprido, que é zelar pela qualidade dos candidatos apresentados ao povo. Desde a Velha República, já se falava nisso. Mas, desde que os filiados e militantes dos partidos, são muitas vezes mais endinheirados do que os dirigentes, essa bobagem de candidato limpo foi “pra cucuia”.

CADÊ O BODE? – A simpática cidade de Jati, no Ceará, repete o hilário episódio ocorrido em Jaboatão-PE, há 40 anos, quando um personagem caprino – o Bode Cheiroso, foi eleito vereador, à falta, segundo se dizia, de bons candidatos. Na cidade cearense, opositores, sem conseguir registrar candidato à prefeitura, “lançaram” o popular Bode 90. Só que o candidato, pelo menos até ontem, havia sumido. Desconfiava-se de seqüestro…

INVERTENDO – A falta de seriedade e de compromisso de muitos políticos com a população gera críticas em todos os setores: imprensa cinema, TV, novelas, etc. Ontem, por exemplo, o ator e diretor teatral Moésio Lourenço, fez a platéia rir às bandeiras despregadas, ao encenar a comédia de sua autoria titulada “Não vote em mim”. Era assim que os artistas da França ridicularizavam já, no século XVIII, os seus maus políticos.

PURA ESTUPIDEZ – Não há espetáculo mais deprimente do que a violência produzida, principalmente no interior, pelas disputas eleitorais. Como se estivéssemos há séculos de distância no tempo em relação à Suécia ou a Suíça, onde eleições são shows de democracia e civilidade, multiplicaram-se as solicitações de forças policiais para evitar massacres e até morticínios, em cidades onde reinava a paz antes da campanha eleitoral.
É BRASIL!!! – No nosso amado Brasil, campeia situações controversas, difíceis de serem traduzidas. Um exemplo são as reações registradas em relação ao combate à corrupção liderada pelo PT. Enquanto o mundo inteiro aplaude e venera o juiz Sérgio Moro, responsável pela assepsia política e administrativa do País, ele é taxado de “exibicionista” por um senador ficha suja”, e de “bandido de toga “ por um radialista de Fortaleza.

FUNDO DE POÇO – A ex-presidente Dilma (de cuja desdita o culpado é o Lula), continua pagando pelos pecados que cometeu e que permitiu aos seus amigos e auxiliares cometerem. Não poderá se candidatar em Porto Alegre em 2018, porque poderá, àquela época, estar complicada na Lava Jato. Outro dia, foi indicada para dirigir determinada Fundação, mas foi rejeitada; aquela entidade corria o risco de virar uma “afundação”…

CEDENDO ESPAÇOS – A eleição do dia 02, vai servir para que a Igreja Católica passe a repensar suas posições em relação à sua devido as regras ditadas de Roma, chega a quase zero a presença de sacerdotes na Câmara e no Senado. Disso aproveitam os evangélicos de todas as cores. O pior: na Câmara, enquanto 50 deputados evangélicos agem em bloco no interesse de suas igrejas, os quase 450 deputados católicos raramente expõem a sua fé.

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