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O mesmo do mesmo

Há quatro anos, quando se encerravam no Ceará mais 184 administrações municipais e se preparava mais uma onda de posses de prefeitos e vereadores em todo o Estado, a onda de boatos, como sempre, era a mesma: quem mais roubou e quem mais “desmontou” prefeituras no Estado. Em Ubajara, na Ibiapaba, um economista suíço ali estabelecido, Jean-Paul Gret, indagava por que esse tipo de escândalo tem se repetido tanto em nosso país. Isso porque, como ele lembrava, na sua Suíça, gestores e legisladores são severamente punidos e definitivamente escorraçados da política para sempre.

Explicava Gret que, uma vez flagrados os raros casos de corrupção administrativa ou partidária, não só os denunciados e condenados saem de circulação, como também os seus parentes e patrocinadores são devidamente afastado da política e da gestão pública. É de morrer de inveja! Isso, quando, como no caso do Ceará, ao abrirmos os jornais, sintonizar os rádios ou assistir noticiários, ou ainda entrarmos na Internet o tema dominante são os desmontes de municípios, com prefeitos dando sumiço em tudo o que é do povo, com frotas de veículos sucateadas ou vendidas para encher os bolsos de prefeitos e vereadores.

A propósito de tão vergonhosa situação, vale a pena catalogar alguns culpados por esse espetáculo que destrói o prestígio do país entre as demais nações, onde ele não acontece, ou se acontece é níveis baixíssimos. No nosso caso, é de causar indignação a maneira como o TCM foi reduzido a um papel insignificante, ou seja, podendo apenas fiscalizar, mas em poder punir os gestores corruptos. Estes, por sua vez, ficam sob a proteção de vereadores a quem caberia rejeitar-lhes as contas, mas não os fazem, comprados e bem pagos. Por fim, culpemos os eleitores que, mesmo sabendo de tudo isto, continuam elegendo larápios para as Prefeituras e Câmaras.

ACERTANDO – No mês de março, em Viçosa do Ceará, importante reunião coordenada pelo Conselho de Desenvolvimento Regional da Ibiapaba, com o apoio de Lion’s Clubes, Maçonaria e CDL e outras instituições, com a presença de filhos importantes daquela região. O objetivo é armar estratégias para a eleição de ibiapabanos para a AL e Câmara dos Deputados. Com os seus 220 mil eleitores a região pode eleger quatro ou cinco deputados estaduais e até dois federais.

BRIGA FEIA – Quando vimos uma Assembléia Legislativa funcionando na mais completa serenidade, apesar da presença de opositores, não imaginava que aquele mar sereno iria terminar em maremoto, devido a desencontros político-partidários entre grupos já de olho no poder estadual em 2018. A insistência do competente presidente Zezinho Albuquerque em permanecer à frente do Legislativo terminou gerando uma “guerra” que só deveria haver daqui a dois anos.

SEM ENTROSAMENTO – O estado do Ceará continua sendo altamente prejudicado em consequência da crônica falta de um legítimo entrosamento entre os parlamentares que constituem a nossa bancada federal. Entre os que formam esse colegiado, poucos têm acesso e prestígio junto ao presidente da República. E, como todos sabemos, torna-se bastante improvável um chefe da Nação encher de benefícios parlamentares de partidos que lhe fazem oposição.

ESPERANÇA – Entre as mudanças imprimidas pelo governador Camilo no seu secretariado, uma nos enche de esperanças, ou seja, a dra. Socorro França à frente da Secretaria da Justiça e Cidadania – SEJUS. Dona de altos conhecimentos das leis, e de uma coragem inaudita para enfrentar grandes desafios, ela tem tudo para colocar nos eixos uma pasta claudicante, que não tem conseguido impedir os desmantelos no sistema penitenciário, que só piora a cada dia.

CONCESSÕES – As concessões de grandes e caríssimos equipamentos públicos, que custaram ao povo “os olhos da cara”, são, segundo o deputado Ariosto Holanda (PDT), uma esperança de arrecadação de bom volume de recursos pelo Governo do Estado. Obras como o Centro de Formação Olímpica, Centro de Eventos e outras já concluídas, e até o Acquario, se caírem em poder de empresas competentes, nacionais ou estrangeiras, serão altamente lucrativas.

DESCONTROLE – Ontem, durante uma pesquisa com a população a respeito da carestia, lenta mas incontrolável, uma senhora dava um exemplo de “sinal dos tempos” em matéria de preços de produtos alimentícios. Para ela, que venera o frade-profeta Frei Vida da Penha, nem o famoso franciscano seria capaz de adivinhar que, como hoje ocorre, veríamos o quilo do velho feijão de corda sendo vendido a R$ 12,00, enquanto um quilo de frango de granja se compra por R$6,00.

(IN)SEGURANÇA – Numa das nossas emissoras de Rádio, um líder interiorano, em desespero, cobrava das autoridades estaduais, medidas urgentes para diminuir o pânico em uma cidade do Cariri, ainda ameaçada pelos pistoleiros de aluguel e assaltantes. Para ele, “é um crime deixar apenas quatro ou cinco policiais militares cuidando da segurança de um município de mais de 30 mil habitantes”. Assim, explica-se a “invasão” de bandidos de outros estados, e até do Rio de Janeiro.

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