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Reencontro com Waldir

Nestes tempos de mediocridade triunfante, carência de vocações públicas, foi uma festa na casa do advogado Carlos Sodré, em Salvador, o reencontro com velhos amigos como Waldir Pires,Virgildásio Sena, Roberto Santos, Hélio Duque, o poeta João Carlos Teixeira Gomes, outros, relembrando uma parte da História Política Brasileira.

Por exemplo, aos 91 anos, Waldir lúcido e ativo na defesa da democracia, ensinava: -“A política é a única forma de produzir mudanças na sociedade. O governo democrático não é o governo da vontade pessoal do governante. Não há falta de inteligência nos dias atuais. Há falta de caráter. A civilização não pode ser a corrupção e o caos, a ansiedade e a opressão. A dignidade humana, os direitos existenciais, os valores da liberdade, devem ser o balizamento na sociedade democrática. É o ser humano a medida e o fim da sociedade.”

Ao longo de uma vida de vitórias e derrotas, Waldir nunca abdicou de ser um homem público. Diferentemente de tantos, nunca usou o poder para servir-se, mas de ser um servidor na atividade pública. No Legislativo, como deputado federal, foi um formulador de leis modernas. No Executivo, em diferentes administrações, imprimiu seriedade e competência no enfrentamento dos desafios. Antes de abril de 1964, no deposto governo de João Goulart, era consultor geral da República, integrando a primeira lista dos cassados pelo novo regime. Exilado na França, tornou-se professor da Faculdade de Direito de Dijon e do Instituto de Altos Estudos da América Latina, na Universidade de Paris, entre 1966 e 1970.
Em 1970, com a anistia, retornou ao Brasil, filiando-se ao MDB. Pela Bahia, em 1982, disputou o Senado e foi derrotado. Com a redemocratização e a eleição do seu velho amigo Tancredo Neves, foi ministro da Previdência. Uma gestão exitosa.

Em 1986, candidato ao Governo da Bahia, teve histórica vitória. O deputado Hélio Duque lembra-se bem. Em janeiro de 1989, durante almoço no Palácio de Ondina, residência oficial do governador, o assunto era a eleição direta para a presidência da República. A maioria dos presentes defendia a candidatura do governador Waldir Pires, para a disputa presidencial pelo PMDB. Hélio Duque argumentou contra, apontando duas principais razões: primeiro, o candidato do partido deveria ser o presidente do partido, Ulysses Guimarães; segundo, para ser candidato Waldir teria de renunciar ao governo da Bahia. Meses depois, em Brasília, na convenção nacional, Waldir disputaria com Ulysses a indicação e foi derrotado.

Em nome da unidade partidária, convenceram o governador a ser o vice de Ulysses, com a falsa argumentação de que em curto espaço de tempo, por falta de carisma eleitoral, Ulysses renunciaria e Waldir assumiria a disputa presidencial. Ao deixar o governo da Bahia, assumiu o vice-governador Nilo Coelho, que reformulou radicalmente a administração.
Elegeu-se em 1990 deputado federal, pelo PDT, com a maior votação registrada na História Política da Bahia.

Carlos Araújo
E lá se foi um grande gaúcho e grande brasileiro: o advogado e ex deputado do PDT, Carlos Araújo. Valente e exemplar na luta armada contra a ditadura militar, no movimento estudantil e nas disputas partidárias, na organização do PDT, sempre com liderança, patriotismo e desprendimento.

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