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SOMOS UMA “RAPARIGA” RUIM

Passamos quase seis meses durante o ano de 2015, assistindo e lendo em todos os veículos de comunicação do Brasil que o Sistema Cantareira, em São Paulo, estava secando, chegando ao volume morto. Não havia outra notícia, era uma lavagem cerebral nos brasileiros, matérias e matérias de imagens eram veiculadas sobre a seca de São Paulo e o sofrimento que os paulistanos estavam enfrentando. Residências com as torneiras saindo um pingo de água, gerentes e proprietários de estabelecimentos comerciais ensinavam como estavam lidando com a seca, enfim, passavam um clima de horror. Até a possibilidade de realizar uma grande obra para desviar o percurso de um rio que banhava o estado do Rio de Janeiro foi cogitada, sem possibilidade de licitação, porque é permitido por lei em caso de regime de urgência. Brigas entre os governadores dos dois estados ocorreram por causa desta ideia.

Desde do Brasil Império sofremos com as agruras das estiagens. Os sulistas nos acusam que há uma indústria da seca do Nordeste, pura balela esta acusação. Mesmo D. Pedro oferecendo as pedras de sua coroa para acabar com esta “desgraça”, que já matou tantos animais, plantações e criou uma sub raça de desnutridos, depois de quase dois séculos, só vieram migalhas e inúmeras promessas não cumpridas para o Ceará e outros estados da região. Culpa de nossos gestores e representantes municipais, estaduais e federais. A bancada nordestina, maioria no Congresso Nacional, nunca se uniu e lutou de verdade para acabar de vez com o sofrimento do povo nordestino. O que há são poucos trabalhos isolados, individuais de parlamentares e gestores, que, muitas vezes, divulgam esta luta para ficar bem na “fita” com os eleitores. São na maioria subservientes ao governo que está no poder e as bancadas restantes do país. Possuem também o complexo de senzala.

O Dnocs, criado em 1909, com o nome de Inspetoria de Obras Contra as Secas (Iocs), teve como objetivo acabar com a seca.
Agências de notícias sulistas veiculam somente matérias de supostos escândalos ocorridos no órgão, no passado longínquo e recente, jornalistas daqui são usados inconscientemente e entram no jogo, para veicularem este tipo de matéria. Denúncias de que o Dnocs, através de seus dirigente influenciados por elites locais, destinavam recursos ilegalmente, para a construção de açudes particulares nas fazendas de grandes proprietários como chefes políticos e latifundiários. Assim, surgiu a expressão “indústria da seca”. Nem tudo é calúnia, mas há corrupção em toda parte do país, leia-se Lava Jato. Nem todos são santos, mas há uma predisposição da imprensa sulista com os brasileiros nascidos por aqui como também é fato o complexo existente na maioria da população de nossa região. O pensamento que somos preguiçosos e burros já saiu até da boca do ex-candidato à presidência José Serra, que em uma entrevista afirmou “o nordestino é uma sub raça”.

Pouco divulga-se o trabalho desenvolvido pelo Dnocs nestes longos anos de existência, construindo grandes açudes, inclusive, obras de infraestrutura, como estradas, ferrovias e redes de energia. Foi a principal agência federal no Nordeste até a criação da Sudene (Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste), em 1959. Motivados pelas divulgação de notícias de corrupção e falcatruas alguns políticos, com seus interesses impuros, levaram a criação de outras autarquias, como a Sudene e a Codevasp.

O Dnocs agoniza a sua morte lenta e a Sudene já morreu e continua existindo só no papel.
Conseguimos um milagre, após 194 anos passados do império de D. Pedro I, de sua promessa de doação, a implantação da Transposição do Rio São Francisco. Falta pouco, muito pouco, mas como somos “rapariga ruim, de quinta,” continuamos na “chibata” dando maioria de votos a presidentes e alguns políticos que pouco se lixam para a situação que se encontra o nosso sertão. A obra do rio têm 89,9% finalizadas, faltam apenas 10,1% para que o projeto garanta o abastecimento de mais de 12 milhões de pessoas. E a parte do Ceará querido está compreendendo justamente o trecho que não foi concluído. A Agência Nacional de Águas e prorrogou até 26 de março de 2018, o início da operação do Projeto Integração do Rio São Francisco, isso se não houver nenhuma contra ordem. Este é o terceiro adiamento do início da operação.

Hoje, o índice acumulado nos açudes do Ceará é o pior desde que o monitoramento iniciou, há 22 anos. Falta pouco para não termos mais nem a existência do volume morto, teremos as águas barrentas restantes “falecidas”, sugadas pelo solo rachado do sol, junto com tantos animais, lavouras perdidas e degeneração do sertanejo.
Não ouvimos um só grito, um sussurro da bancada nordestina e muito menos dos grandes veículos de comunicação do Brasil denunciando o falecimento de nossa região, ouvimos no ar só o grunhido dos urubus que bicam as carniças da vacas que tombam mortas na caatinga.

Arte amigos em ação
Abertura da 8ª Exposição Coletiva de Obras de Arte Amigos em Ação, dia 17 de novembro, 19h, galeria de Artes do Palácio da Abolição. A mostra reunirá 79 obras de arte, doadas por 64 artistas plásticos e fotógrafos, que serão levadas a leilão no almoço de encerramento das atividades da Campanha Amigos em Ação de 2016.

Dia Mundial do Trigo
Em comemoração ao Dia Mundial do Trigo, foi editado pela Abitigro, a obra do grão ao pão, farinha de trigo: história da moagem no Brasil, lançado em outubro. O livro aborda o trabalho do moageiro, desde as primeiras tarefa feitas em pedra do Egito Antigo até os modernos moinhos de cilíndros que, hoje, despontam, pelo mundo. Revelando fatos pouco conhecidos da moagem no Brasil, traçando um paralelo entre a evolução do trigo e a história do nosso País.

Nem Chico Xavier escapa
A bandidagem está atacando de todos os lados. Nem o médium Chico Xavier escapa. Foi desbaratada uma quadrilha em São Paulo que atuava há anos enganando aposentados. Os marginais abordavam no centro da capital paulista os velhinhos e convenciam a se dirigirem à salas alugadas com decoração de diversas religiões para serem consultados pelo espírita Chico Xavier. Era cobrado uma grana pela consulta, em média os meliantes faturavam R$ 20.000 (vinte mil reais) mensais e já atuavam há dois anos no mercado.

Vitória de Trump
A vitória de Trump é a confirmação de que os americanos são mesmo malucos. Sei que Hillary Clinton não agradava a todos e que é uma política altamente estudada, mas votar para colocar um lunático na presidência é um absurdo. O mundo tenso com esta vitória.
Coelce muda de nome
A partir de quarta-feira a distribuidora de energia do Ceará, Coelce, passou a ser chamada de Enel Distribuição Ceará, nome de sua controladora italiana, deixando sua marca antiga que existia há 45 anos. Haverá também uma mudança de cultura com foco prioritário sobre a geração distribuída, ou sistema de compensação, em que o consumidor gera sua própria energia e lança na rede de distribuição. Segundo o presidente, Abel Rochinha, a transição trará investimentos de R$ 280 milhões em automação da rede no Ceará e no Rio de Janeiro. Prometendo melhorar a qualidade de serviços para reverter o quadro de insatisfações dos clientes, que consta como o terceiro no ranking de reclamações no Procon. Para o presidente, quando se tem o maior número de usuários é obvio que o percentual de reclamações será maior. Situação esta, que Abel informa que será resolvida em 2017. A Enel é uma das maiores empresas dos mercados globais de energia e gás. Está presentes em mais de 30 países e em quatro continentes.

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