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Fortaleza

“Tenho razão e fé no amanhã”

Enquanto a maioria dos brasileiros tomava alguns copos para afogar as mágoas e os aperreios do ano de 2015 e confraternizavam-se com amigos e familiares, eu passava a tarde arrumando meu closet, esvaziando as gavetas. Anotava as minhas futuras realizações em minha agenda na primeira página, de papel, claro, porque a tecnologia não encaro, corre risco de deletar ou um hacker fazer uma gracinha. Como também a agenda eletrônica pode ser furtada na rua e lá vão meus sonhos: vou ter que enumerá-los tudo de novo.

Um pouco cansada, continuo a realizar as últimas tarefas do ano. Fui ao banco três vezes gosto de fazer minhas transações “tete a tete” com a gerente ou no caixa eletrônico. De vez em quando, gosto de fila para conversar com diferentes pessoas; gosto de gente, não de máquinas.
Graças a Deus, finalizo o ano com muito trabalho.

Saio do caixa eletrônico aliviada, porque sinto-me leve por cumprir minhas obrigações financeiras. A cada pagamento realizado, é uma felicidade porque lembro do desespero de pessoas honestas que entram quase em pânico e muitas vezes perdem o sono porque não conseguem pagá-las.
Vou para casa cuidar-me, arrumar-me, afinal, como dizia a minha avô Ceci e minha mãe, uma mulher sem batom, sem perfume e o cabelo desarrumado é uma desgraça. Fazia algum tempo que não me cuidava.
Agora é hora de pegar minha mãe e tomar uma, mas é uma mesma, não passo disto: sou alegre de natureza. Vou ao encontro de amigos, rio com as histórias do Dorian, do Franzé, do Iranildo Pereira, da Ana Maria Morais, da Julieta Bronthé, da Noelia e do Mino. Fazia já alguns meses que não dava umas boas gaitadas. Chego em casa à meia-noite, olho para o meu jardim de minha janela, e ele está todo esburacado. O De Assis tirou todas as ervas daninhas, os capins-de-burros. Em 2016, ele estará novamente lindo, renovado, os meus belos buganvilas, crisantos, papoulas estarão juntos com os beija-flores, pardais e periquitos.

Em 2016, estamos comemorando os 80 anos do jornal O Estado, que completa em setembro deste ano. Quero aqui, neste espaço, ser a mensageira de boas notícias.
Com as palavras dos bravos homens sertanejos, inicio o ano, “tenho razão e fé no amanhã”. Emociona-me muito ver a trajetória de luta de meus irmãos nordestinos. É de cortar o coração quando vejo que muitas vezes só têm o que comer farinha, cactos, bebendo água salobra ou lameada e continuam rindo, cheios de esperanças de que dias melhores viram.

Os retirantes, após anos de labuta nas grandes capitais brasileiras, sonham com o retorno a suas cidades de origens.
Como eles, acredito que nós vamos conseguir. Vamos ver o Brasil retornando ao crescimento logo, logo. Contaremos um dia para os nossos netos que 2016 “estourou a boca do balão”; os primeiros meses serão difíceis, mas depois voltaremos a ser o Brasil de gente feliz, alegre, descontraída e humana.

Fortaleza que não queremos
É vergonhoso o estado de nossas ruas e avenidas. Há lixo por toda parte da cidade. Turistas ficam indignados com o abandono da Beira Mar, o local de venda de peixe está com um mau cheiro horrível, parece mais um urinol. Não é só a falta de educação da população; o lixo não está sendo recolhido devidamente pela Prefeitura, e existem pouquíssimas lixeiras para que a população possa demonstrar sua educação.

Carência afetiva
Estive sábado passado em um lugar de dança na cidade onde os frequentadores eram de faixa etária além dos 50 anos. Nunca vi um lugar tão animado, mas o que mais me surpreendeu foi um papo que escutei no toalete. Uma loira sarada comentava com a amiga que estava louca para dormir com o Cláudio, mas ele não estava dando a mínima para ela e finalizou a conversa. “Na noite de réveillon tirei atraso, esbaldei-me, beijei-me a noite toda com um gay”.

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