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Torcer para dar certo

Na primeira quarta-feira de maio de 1999, esta coluna estreou em 12 jornais brasileiros. Agora, duas décadas depois, mais de 80 jornais, revistas, portais, sites e blogs espalhados pelo País a reproduzem. Entre os assuntos daquele primeiro artigo estava a guerra fiscal. O Rio Grande do Sul tinha resolvido romper unilateralmente o contrato para construção, com incentivos, de uma nova fábrica de automóveis da Ford em Guaíba (RS). A Bahia, no entanto, aceitou as condições e a empresa se instalou em Camaçari. Vinte anos se passaram e é fácil concluir quem saiu ganhando nessa história, inclusive nas contas públicas e no nível de emprego industrial.

Naquele primeiro artigo foram citados vários exemplos de cidades ou Estados ao redor do mundo, inclusive Nova Iorque (EUA), que concederam descontos nos impostos para atrair investimentos. Interessante notar que o Estado de São Paulo não entrou nas batalhas fiscais e, ainda assim, recebeu algumas fábricas novas. Mas, como o mundo dá voltas, quem participa agora das escaramuças? O governo paulista. Em decisão pragmática, criou o programa IncentivAuto que teve adesão da GM e, possivelmente, da Toyota e da Scania para começar. Pela boa infraestrutura, o nível de incentivo (2,5% de desconto no ICMS para cada R$ 1 bilhão aplicado) é muito menor do que em outros Estados.

Competitividade, porém, para garantir investimentos, continua sendo a palavra-chave. Quando o peso dos impostos é grande demais, distorções aparecem. O Brasil usa e abusa desse expediente: o automóvel de menor preço recolhe, nominalmente, cerca de cinco vezes mais que nos EUA e 2,5 vezes mais que na União Europeia (à exceção da Dinamarca). A indústria automobilística instalada aqui precisa também exportar muito, sem ficar dependente só do mercado argentino, na prática, mera extensão do nosso.

O México, por exemplo, tem custos de produção 18 pontos percentuais menores que o Brasil, segundo estudo da consultoria PwC. Eles se beneficiam não apenas da proximidade do mercado americano. Assinaram 12 tratados de livre comércio com 46 países e 32 acordos bilaterais. No nosso caso, são seis tratados com 11 países e 21 acordos bi e multilaterais. A carga fiscal sobre automóveis no mercado mexicano é igual à da Europa, como deveria ocorrer aqui.

O livre comércio de veículos entre Brasil e México, sem cotas ou imposto de importação, começou no último mês de março. Mas só em 2020 incluirá caminhões pesados, segmento em que o País é bastante competitivo e nunca pôde vender livremente para lá, desde o primeiro acordo em 2002. Outra característica, que dificulta para quem quer exportar para o México, é a importação de veículos usados dos EUA. Esse problema já foi maior, mas ainda existe.

Luiz Carlos Moraes, novo presidente da Anfavea, sabe que o atual governo federal tem posição econômica liberal e antiprotecionista. Ele sugere medidas para estimular o comércio exterior, melhorar a logística e reduzir a carga tributária. “Trará nova dinâmica em diversos segmentos da economia, não somente o automobilístico”, acrescenta.

Resta torcer para tudo dar certo.

Enquanto, as vendas de automóveis e veículos comerciais acumuladas no primeiro quadrimestre deste ano, em relação a igual período de 2018, continuam 10,1% superiores, a produção na mesma comparação estagnou. Cenário provocado pela queda de 45% nas exportações em razão da depressão econômica na Argentina. Aqui, estoques de 40 dias estão 14% acima do normal.

Outro termômetro do mercado interno – venda de veículos usados – mostra “tênue linha de recuo (1,2%) nos números acumulados de janeiro a abril, em relação a 2018”, segundo a Fenauto, associação do ramo. A entidade atribui a sinais de pequena queda no Índice de Confiança do Consumidor, mas não tem previsão ainda para 2019.

Hyundai Creta Prestige, SUV compacto mais vendido em 2018 e segundo em 2019, destaca-se pelo espaço interno, porta-malas amplo e recursos como saídas de ar-condicionado para o banco traseiro, TV a bordo, ventilação do banco do motorista e pulseira-relógio que serve como chave presencial. Motor é bastante elástico, mas cilindrada de 2 litros cobra em consumo.

Lema deste ano da campanha Maio Amarelo, do Observatório Nacional de Segurança Viária, é simples e direto: “No trânsito o sentido é a vida”. No filme, crianças pedem aos adultos para respeitar as regras de boas atitudes ao volante. Inspirado nos cinco sentidos humanos, chama atenção para a sinalização de trânsito que costuma ser desrespeitada.

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