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Vencedores e vencidos

 

O balanço de vendas por modelos do primeiro semestre traz novidades. O mercado brasileiro demonstra rápida mutação e assim a coluna reviu alguns critérios, embora mantendo 16 segmentos. Pela baixa procura as stations foram desconsideradas nessa classificação. Hatches médio-compactos também: os três principais modelos juntos só encontraram menos de 10 mil compradores nos primeiros seis meses de 2018.
Já os sedãs vêm se diversificando no segmento de compactos, ainda de longe o mais importante com 52% das vendas totais. Distância entre-eixos, principal critério em nosso ranking técnico, tem levado vários sedãs compactos a se afastarem dos hatches de mesma arquitetura. Então, criou-se segmentação especial para aqueles, tanto para compactos quanto médio-compactos.

SUVs compactos continuam a avançar. Representam agora 13% do mercado brasileiro, sem incluir hatches convencionais “aventureiros” travestidos de utilitários esporte. Todos os segmentos de SUVs já respondem por 20% das vendas totais e, tudo indica, continuarão a avançar nos próximos anos graças aos lançamentos. Seguem tendência do que acontece até mesmo na Europa.
No período considerado, há novos vencedores. Conforme previsão da coluna em janeiro último, Kwid assumiu a liderança entre subcompactos. Mustang arrebatou facilmente a posição entre esportivos (usam componentes de modelos de alta produção), enquanto os Porsche 718 Boxster/Cayman voltaram a liderar entre os carros esporte verdadeiros. Mercedes Classe E superou BMW Série 5 por apenas 3 unidades (1 p.p. à frente).
Base de pesquisa é o Registro Nacional de Veículos Automotores (Renavam). Citados apenas os modelos mais representativos e pela importância do segmento. Compilação de Paulo Garbossa, da consultoria ADK.
Subcompacto: Kwid, 45%; Mobi, 38%; up!, 15%. Como previsto, Kwid.

Compacto hatch: Onix, 24%; HB20, 14%; Ka, 13%; Polo, 9,3%; Gol, 8,9%; Argo, 8%; Sandero, 7%; Fox, 5%; Etios, 3%; Fiesta, 2,4%; March, 2%; Uno, 1,3%; 208, 1%. Líder inconteste.
Compacto sedã: Prisma, 19%; Ka, 11%; Virtus, 10%; HB20, 9,2%; Voyage, 9,1%; Versa, 7,7%; Etios, 7,1%; Cronos, 6,6%; Logan, 6%; Grand Siena, 5%; Cobalt, 4,9%; City, 4%. Prisma com folga.
Médio-compacto sedã: Corolla, 43%; Civic, 20%; Cruze, 15%; Focus, 3,6%; Jetta, 3,5%; C4 Lounge, 3%; Sentra, 2,7%; Cerato, 2,4%. Sem ameaças.
Médio-grande: Mercedes Classe C, 29%; Fusion, 26%; BMW Séries 3/4, 21%. Classe C confirma.
Grande: Mercedes Classe E/CLS, 37%; BMW Série 5/6, 36%; Panamera, 16%. Reação do Classe E.
Topo: Mercedes Classe S, 69%; BMW Série 7, 15%; A8, Jaguar XJ e Lexus LS500h, 4%. Empate triplo: 3º lugar.
Esportivo: Mustang, 79%; Audi TT, 12%; Mercedes SLC, 6%. Mustang vira rei.
Esporte: 718 Boxster/Cayman, 46%; 911, 35%; Mercedes-AMG GT, 5%. Domínio Porsche.
SUV compacto: HR-V, 16%; Kicks, 15%; Renegade, 14,8%. HR-V balança.
SUV médio-compacto: Compass, 52%; ix35/Tucson, 13%; Sportage, 5%. Liderança consolidada.
SUV médio-grande: SW4, 42%; Equinox, 16%; Discovery Sport, 12%. SW4 tranquilo.
SUV grande: Trailblazer, 28%; Mercedes GLC, 12%; XC90, 8%. Folga do líder diminuiu.
Monovolume pequeno: Fit/WR-V, 62%; Spin, 28%; C3 Aircross, 8%. Fit ainda avançou.
Picape pequena: Strada, 49%; Saveiro, 33%; Oroch, 10%. Strada, dona do pedaço. Picape média: Toro, 31%; Hilux, 21%; S10, 18%. Toro viu e venceu.

Valorização do dólar traz impactos agora e nos próximos meses. Custos internos de produção subiram (há componentes importados em todos os modelos nacionais), diminuirão os descontos e, em seguida, aumentos superiores à inflação nos preços sugeridos. Por outro lado, fornecedores aqui instalados serão beneficiados na procura por maior índice de localização de peças.
Greve de caminhoneiros de maio último expôs a concentração do modal rodoviário no Brasil. Mas é bom lembrar que 11 dias de bloqueio de estradas e saídas de refinarias trariam o caos em qualquer país, mesmo onde ferrovias e hidrovias tenham papel relevante. Nenhuma multa aplicada, por ordem judicial, será cobrada. Isso é bem mais grave que o rodoviarismo em si.

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