FOTO: RODINELE CASTELO / O ESTADO
Os contratos de aluguel reajustados pelo IGP-M (Índice Geral de Preços – Mercado) acumularam alta de 8,71% no primeiro semestre de 2008, segundo a FGV (Fundação Getúlio Vargas). Em julho ocorreu uma leve desaceleração em relação ao mês anterior (1,76% em julho, contra 1,98% em junho), mas nos últimos 12 meses, a elevação atinge 15,12%.
A metodologia aplicada na apuração do IGP-M é a mesma do IGP-DI (Índice Geral de Preços Disponibilidade Interna) e do IGP-10 (Índice Geral de Preços 10), também da FGV, com a única diferença de ter um período de coleta diferente. O IGP-M é calculado com base nos preços coletados entre os dias 21 do mês anterior e 20 do mês de referência.
Ao avaliar os índices divulgados pela FGV, o diretor-tesoureiro do Conselho Regional de Corretores de Imóveis (Creci), Hamilton Cavalcante, disse que a aceleração vinha ocorrendo por conta da alta da taxa de juros, mas agora há uma tendência de estabilidade, porque se continuar aumentando os inquilinos não terão condições de acompanhar.
"Nem proprietários nem inquilinos têm condições de suportar 15% de aumento de aluguel, uma vez que isso reflete diretamente no preço do condomínio. Hoje, o câncer do aluguel é o condomínio. Por isso, no momento da negociação, é preciso avaliar o seu impacto no valor final", esclarece.
Por outro lado, conforme, Hamilton Cavalcante, que atua com venda e aluguel de imóveis, uma negociação entre proprietário e inquilino é a alternativa mais correta na hora de reajustar o preço do aluguel. Para o proprietário a situação é ainda mais crítica porque se não aceitar a redução do percentual poderá ter o imóvel devolvido e isso implica em ter que arcar com IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano), além do condomínio. "Se passar seis meses com o imóvel sem alugar, jamais vai recuperar o prejuízo", ressalta Cavalcante.
» Mercado. Sobre a disponibilidade de imóveis para locação em Fortaleza, o representante do Creci informou que a situação é bastante confortável. "Fortaleza é um canteiro de obras, com uma média de mil novos lançamentos a cada 60 meses. E como historicamente entre 40% e 50% dos imóveis construídos são para alugar, o inquilino não deve se preocupar. O proprietário deve valorizar a pontualidade e os cuidados com o patrimônio na hora de negociar o reajuste", completou.