"Desde sexta-feira que estou tentando. Me disseram que amanhã à noite [hoje] iriam me abastecer". A declaração é de José Leite, proprietário do Posto Lajes, no município de Acopiara, Sertão Centro-Sul do Ceará. Sua preocupação tem haver com o risco de desabastecimento de gasolina para posto de bandeira branca – que não têm compromisso de exclusividade com distribuidoras.
Está marcado para a manhã de hoje, no auditório do Decon, uma audiência pública com todos os segmentos envolvidos nesse processo em busca de alternativas.
A falta de álcool para misturar à gasolina motiva a não distribuição do combustível, que ainda é o grande sustentador do faturamento dos postos, principalmente no interior, onde há poucos estabelecimentos que oferecem Gás Natural Veicular (GNV). "Isso é a primeira vez que acontece [desabastecimento] em dois anos", período em que o empresário gere o negócio. Os postos de bandeira branca são predominantes no interior do Estado.
Se ficar sem combustível, José Leite vai perder o faturamento de em torno de R$ 22,5 mil por semana. A gasolina compõe quase 50% das vendas do posto, que ainda dispõe de óleo diesel e álcool. Ele diz que não pensa em fechar contrato de exclusividade com alguma distribuidora, prefere ser independente, pois afirma haver mais flexibilidade para negociar preços. Mesmo assim, não dispensa a possibilidade em caso de problemas de abastecimento.
Foto: Thiago Stille