Um dia depois do maior aperto monetário no juro brasileiro em cinco anos, a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) emendou a terceira queda consecutiva e voltou ao menor nível em seis meses.
Principal índice da bolsa paulista, o Ibovespa caiu 3,34%, para 57.434 pontos. No mês, a desvalorização já chega a 10%. O giro financeiro totalizou R$ 6,7 bilhões.
Não bastasse a influência negativa da alta do juro sobre os setores financeiro, empresas ligadas a commodities, incluindo as blue chips Petrobras e Vale, tiveram outro dia de perdas pesadas.
Wall Street. Para piorar, Wall Street teve um dia de elevados prejuízos e influenciou os negócios domésticos. Na Bolsa de Nova York, o índice Dow Jones caiu 2,4%.
Um forte aumento nos pedidos de seguro-desemprego, queda nas vendas de casas usadas ao menor nível em uma década e resultados decepcionantes de empresas automobilísticas e do setor químico reavivaram os temores de que os efeitos da crise de crédito nos Estados Unidos vão se prolongar.
"Voltou o medo de que haja uma contração econômica, justamente num período de inflação alta, que é o pior dos mundos", resumiu Rodrigo Bresser Pereira, diretor de gestão da Bresser Administração de Recursos.
» Recuo das commodities. O medo de que uma recessão se espalhe globalmente patrocinou novas ordens maciças de vendas de ações de empresas ligadas a commodities.
Assim, nem mesmo a leve alta do petróleo conseguiu impedir a ação preferencial da Petrobras de recuar 4,4%, para R$ 34,50. Só em julho, a companhia já perdeu mais de um quarto de seu valor de mercado.
Na mesma batida, a ação preferencial da Vale caiu 5,1%, para R$ 38. Entre as siderúrgicas, a fila foi puxada pelo papel preferencial da Usiminas, com desvalorização de 6,7%, para R$ 65,05.
Foto: Banco de Dados