Estudo aponta que 63% dos apostadores virtuais no país tiveram renda comprometida com jogos e 64% utilizam renda principal para apostar
Por Hyago Felix (estagiário sob supervisão de editores)
Pesquisa realizada entre 22 de abril e 3 de maio de 2024 aponta que 23% dos brasileiros deixaram de comprar roupas, 19% substituíram compras em supermercados, 14% não compraram produtos de higiene e beleza e 11% trocaram cuidados com saúde e medicações por investimento em apostas online.
O mesmo documento, publicado em junho deste ano, indica que 63% dos apostadores online no país tiveram parte da sua renda comprometida e 64% utiliza a renda principal para apostar. Os números são resultados da pesquisa “O efeito das Apostas Esportivas no varejo brasileiro”, encomendada pela Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo (SBVC).
Ainda de acordo com o instituito, a região que mais teve parte da sua renda comprometida com as jogos online foi a Centro-Oeste, com 84% do total. Dessa porcentagem, 20% afirmam que “sempre” se prejudicam ao utilizar a renda principal em apostas.
A análise aprofunda o cenário ao ponderar que 66% dos participantes dizem estar cientes das políticas de impostos aplicadas às plataformas e que cerca de 24% afirmam não ter certeza das políticas aplicadas.
PERFIL DOS APOSTADORES
O estudo classifica ainda um perfil comum entre as pessoas que apostam. A amostra denomina a faixa etária de 35 a 44 anos como a que mais tem apostadores ativos.
Já em relação à região domiciliar dos moradores a pesquisa destaca o Sudeste com 54% de residências com apostadores. A classe C, que engloba famílias que possuem um rendimento mensal entre quatro e dez salários mínimos, ou seja, rendimentos entre R$ 4.180 a R$ 10.450, é apontada como a posição social que mais participa das apostas, com representação de 48% dos usuários nas plataformas.
LEGALIZAÇÃO NACIONAL
Apostas online em território nacional são permitidas, como prevê a Lei 14.790/23 sancionada em dezembro de 2023. A legislação trata da regulamentação das apostas esportivas de quota fixa no território nacional.
A norma também estabelece diretrizes para a operação dessas apostas pela iniciativa privada, exigindo licenciamento e cumprimento de requisitos de segurança e integridade.
Há, ainda, previsão de medidas para combater lavagem de dinheiro e outras atividades ilegais associadas às apostas, uma vez que a própria lei permite que empresas privadas operem apostas esportivas online e em estabelecimentos físicos, como casas de apostas e cassinos.
