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Com crise, gasto médio deve recuar 22% no Natal este ano

Segundo pesquisa realizada em todas as capitais pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), aproximadamente 137 milhões de brasileiros devem presentear alguém neste Natal, Na comparação com o ano passado, o total de consumidores que pretendem presentear alguém passou de 87% para 93%.

Apesar do número elevado, constatado em todos os estratos sociais, o gasto médio por presente deve sofrer uma queda em razão do agravamento da crise econômica, com pressão inflacionária e escalada dos índices de desemprego. Para os consumidores que já projetam os gastos, a redução real será de 22%. O estudo do SPC Brasil constata, ainda, que cada consumidor deverá comprar entre quatro e cinco presentes, em média, neste fim de ano – praticamente a mesma quantidade observada no Natal de 2014.

Cautela
Se em 2014 o percentual de consumidores que queriam diminuir os gastos com os presentes era de 29,1%, em 2015, eles passam a corresponder a 41,2% dos entrevistados. Outros 26,7% pretendem gastar a mesma quantia que no ano passado e apenas 14,4% desses consumidores estão dispostos a desembolsar mais neste ano que no Natal de 2014. Além disso, 17,7% dos que não descartam a intenção de presentear ainda estão indecisos em relação ao valor gasto.

compras de natal

Apenas, 1,1% dos consumidores ouvidos não tem a intenção de comprar presentes e 5,6% ainda estão indecisos. Levando em consideração os entrevistados que disseram o quanto iriam desembolsar, o gasto médio por presente deverá ser de R$ 106,94, quantia inferior aos R$ 125,22 verificados no mesmo período de 2014. Os consumidores das classes C, D e E devem gastar um valor ainda menor: R$ 97,85, em média, por presente. O número de indecisos também é alto: 46,6% dos entrevistados não têm ideia do valor que devem desembolsar para pagar os presentes natalinos. No ano passado, o percentual de consumidores que não sabiam o quanto iriam gastar era de apenas 8,7%.

Mais caros
Sete em cada dez (74,3%) consumidores relataram ao SPC Brasil a percepção de que os presentes de Natal estão mais caros, neste ano, na comparação com igual período de 2014. As principais razões apontadas são a pressão inflacionária (46,8%), o cenário econômico difícil e menos favorável (38,1%) e o aumento do dólar (8,7%). No ano passado, apenas 13,6% citavam o cenário econômico ruim como justificativa para o aumento dos preços dos presentes. “Os dados comprovam que os efeitos da crise já são sentidos pelo bolso do brasileiro”, afirma a economista Marcela Kawauti.

O aumento dos preços é a principal razão mencionada por 26,8% dos entrevistados que acreditam que vão desembolsar valores maiores neste ano – em 2014, apenas 8,0% citavam a inflação. Outros motivos alegados pelos entrevistados são o fato de terem economizado ao longo do ano (21,9%), o recebimento do 13º salário (16,2%) e o fato de ter mais pessoas para presentear (9,8%). Outras explicações mais positivas, como a melhoria de salário e a estabilidade no emprego são razões apontadas por apenas 9,2% e 2,7% dos entrevistados, respectivamente.

Vestuário e pagamentos à vista lideram
As roupas (67,2%) devem ser os presentes mais comprados neste Natal, seguidas pelos calçados (37,0%), brinquedos (31,7%) e também perfumes e cosméticos (27,7%), segundo o levantamento. Acessórios, como cintos, bolsas e bijuterias (19,8%), livros (18,8%), celulares (13,9%) e videogames (9%) completam o ranking dos produtos mais procurados.

Com juros elevados e crédito mais restrito, o dinheiro será a forma de pagamento mais utilizada neste Natal (42,3%) – principalmente entre os entrevistados da classe C, D e E (47,1%), seguido pelo cartão de crédito parcelado (27,7%), cartão de crédito à vista (13,6%) e cartão de débito (12,1%). Para quem vai parcelar, a média é de cinco prestações. Isso significa que quem comprar os presentes neste mês novembro ou dezembro, estará com a renda comprometida com prestações a pagar pelo menos até os meses de abril e maio de 2016, respectivamente.

“O impacto das compras de fim de ano no orçamento dos consumidores brasileiros não deve ser subestimado. Dividir as compras em parcelas a perder de vista pode atrapalhar o planejamento para o começo de um novo ano livre das dívidas”, orienta o educador financeiro do portal Meu Bolso Feliz, José Vignoli.

No momento de escolher o item a ser comprado, o perfil do presenteado (45,9%) é o principal fator levado em consideração, seguido pela própria escolha de quem será presenteado (21%) e pelo preço do presente (11,2%). A maior parte dos consumidores que pretendem presentear neste Natal vai fazê-lo porque tem o costume (47,8%) ou porque considera a troca de presentes um gesto importante (42,7%). Apenas 3,3% o fazem por obrigação social.

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