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Com foco no consumo interno, economia do país avança 0,3%, aponta FGV

A economia brasileira apresentou um crescimento de 0,3% de abril para maio, impulsionada principalmente pelo forte consumo interno. Em comparação com maio de 2023, o crescimento foi de 1,3%, e nos últimos 12 meses, a alta acumulada chegou a 2,4%. Esses dados foram divulgados nesta terça-feira (16) pelo Instituto Brasileiro de Economia (Ibre) da Fundação Getulio Vargas (FGV) através do Monitor do PIB, que serve como uma prévia do Produto Interno Bruto (PIB) do país.
Os dados oficiais do PIB são divulgados trimestralmente pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em junho, o IBGE anunciou um crescimento de 2,5% da economia brasileira no primeiro trimestre do ano. Os resultados do segundo trimestre serão conhecidos em 3 de setembro.
Juliana Trece, coordenadora da pesquisa, ressaltou que o consumo das famílias foi um dos principais motores do crescimento econômico em maio. “O desempenho econômico de maio, em comparação com abril, foi fortemente influenciado pelo consumo das famílias, que atingiu seu maior crescimento do ano. Os investimentos também registraram alta neste período, indicando uma demanda interna robusta,” explicou.
Entretanto, Trece observou que a capacidade produtiva do país não acompanhou o mesmo ritmo de crescimento da demanda interna. “Entre as três grandes atividades econômicas, apenas a agropecuária cresceu, enquanto a indústria e o setor de serviços permaneceram estáveis,” disse ela.
Quando a demanda por bens e serviços supera a oferta, a pressão inflacionária tende a aumentar. No entanto, Trece afirmou à Agência Brasil que o desequilíbrio observado em maio foi um evento isolado. “É mais um sinal de alerta do que uma preocupação imediata. Se esse padrão se mantiver nos próximos meses, poderemos ver uma pressão inflacionária decorrente da demanda sobre a capacidade produtiva,” acrescentou.
O estudo da FGV também analisou os indicadores que compõem o PIB trimestralmente, oferecendo uma visão mais detalhada da evolução econômica e evitando flutuações atípicas. No trimestre móvel encerrado em maio, o consumo das famílias cresceu 4,6% em relação ao mesmo período de 2023, com destaque para o consumo de serviços e produtos não duráveis. Contudo, este crescimento marca o fim de uma tendência ascendente iniciada no começo do ano.
Em relação à Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF), que reflete o nível de investimento em itens como máquinas e equipamentos, houve um aumento de 4,5% no trimestre móvel comparado ao mesmo período do ano anterior. A taxa de investimento da economia brasileira em maio foi de 18%, ligeiramente acima da média desde 2000, que é de 17,9%.
As exportações cresceram 3,2%, mas este aumento representa uma desaceleração significativa em relação ao crescimento de 8,5% registrado no trimestre anterior. As exportações de produtos agropecuários, em particular, apresentaram queda, impactando negativamente o desempenho geral das exportações.
As importações aumentaram 10,3%, o que, apesar de positivo, não contribui para o crescimento do PIB, já que bens e serviços importados não são produzidos internamente, limitando o crescimento econômico. A FGV estima que o PIB brasileiro de maio tenha alcançado R$ 4,528 trilhões. O Monitor do PIB da FGV se aproxima do Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), divulgado na segunda-feira (15), que indicou um crescimento de 0,25% em maio.

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