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Golpe do Pix errado: entenda como se proteger

Os consumidores precisam estar atentos a cada dia que passa com golpes via Pix. Isso porque criminosos encontraram uma nova maneira de fraudar os brasileiros. O novo golpe da praça é chamado de ‘Golpe do Pix incorreto’. Para aplicar a fraude, os golpistas exploram um mecanismo criado pelo Banco Central, conhecido como MED, sigla para Mecanismo Especial de Devolução, que foi desenvolvido para ajudar na recuperação de valores em casos de fraude.

Como funciona?
De acordo com um alerta emitido pela Federação Brasileira de Bancos (Febraban), os golpistas obtêm o número de celular da vítima, frequentemente vinculado à sua chave Pix, e realizam uma transferência para o número da pessoa. Esses dados são coletados a partir de cadastros feitos online ou pesquisas em redes sociais.

Após a transferência, os criminosos entram em contato com a vítima, seja por telefone ou mensagem, alegando que houve um erro e solicitando o retorno do valor transferido. A vítima, ao verificar seu extrato, confirma que o valor foi creditado em sua conta. No entanto, em vez de fornecer a chave Pix utilizada na transferência, o golpista entrega uma chave de uma conta diferente. Então, o criminoso aciona o MED, alegando ter sido vítima de um golpe. Nesse caso, os bancos envolvidos examinam a transação para verificar sua legitimidade.

Como o valor devolvido foi para uma conta diferente da original, as instituições financeiras consideram a transação como suspeita e, possivelmente, uma fraude. Como resultado, o dinheiro pode ser retirado da conta da vítima enganada, e o golpista pode obter tanto o valor original quanto o montante recebido pelo MED, deixando a vítima com o prejuízo. Segundo a ACI Worldwide, criminosos desviaram R$ 1,5 bilhão em golpes ao longo de 2023.
Uma das pessoas vítimas desse tipo de prejuízo foi o analista de sistemas Diego Pereira, de 36 anos. ‘Recebi uma ligação desse tipo. Quando verifiquei a minha conta havia entrado cerca de R$ 2 mil. Uma pessoa me solicitava o extorno. Verifiquei o extrato e realmente o valor estava lá, mas uma pessoa que estava ao meu lado me alertou sobre essa situação. Decidi esperar mais e vi que estava sendo vítima de um golpe. Nós temos que estar atentos sempre, pois os criminosos estão cada dia mais inteligentes quanto a esse tipo de ação. Infelizmente, poderia ser algo a me prejudicar muito”, contou.
Como se proteger?
A Febraban aconselha que, ao receber qualquer pedido de estorno de Pix, o cliente deve sempre devolver o valor para a conta de origem da transferência. “O cliente deve usar a funcionalidade de devolução no aplicativo bancário, que encaminha automaticamente o valor para a conta de origem. Nunca faça uma devolução para uma conta diferente. Se houver dúvidas, entre em contato com seu banco”, alerta José Gomes, diretor do Comitê de Prevenção a Fraudes da Febraban. A Federação também recomenda que os clientes tomem muito cuidado com a exposição de dados pessoais em redes sociais, com e-mails de supostas promoções que tenham cadastros e com mensagens recebidas em aplicativos de mensagens.
Para devolver um Pix errado é preciso entrar na área Pix do banco, depois ir em extratos e clicar em “Devolver”. Desta forma, o dinheiro será devolvido diretamente para quem originalmente mandou o Pix. Sempre faça a operação de devolução dentro da ferramenta do aplicativo. Nunca faça o estorno para uma chave Pix nova. Sempre faça a operação de devolução dentro da ferramenta do aplicativo oficial do banco. Nunca faça o estorno para uma nova chave Pix.

Para a advogada Mara Gonçalves, a popularização do Pix trouxe inegáveis benefícios ao sistema financeiro brasileiro, permitindo transferências rápidas e sem custos, o que impulsionou a economia digital. “No entanto, essa agilidade também foi acompanhada pelo aumento de golpes e fraudes, que exploram a vulnerabilidade dos consumidores desatentos ou desinformados. Proteger-se contra esses golpes é crucial, pois a perda financeira pode ser significativa e, em muitos casos, irreversível. Além de afetar diretamente o bolso do consumidor, a falta de segurança nas transações via Pix pode minar a confiança no sistema de pagamentos, prejudicando a adesão a essa tecnologia e, consequentemente, os ganhos de eficiência econômica que ela proporciona”, disse.

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