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PF diz que rombo na Petrobras é de R$ 42,8 bi

Um relatório emitido pela Polícia Federal (PF), que participa das investigações da Operação Lava Jato, estima que pode chegar a R$ 42,8 bilhões o prejuízo aos cofres da Petrobras, provocado pelos desvios de recursos, superfaturamento de obras e acordos com empreiteiras. E este valor diz respeito a apenas um dos processos que estão em andamento para apurar as irregularidades na companhia praticadas por seus mais altos diretores, donos de grandes empreiteiras e outras pessoas suspeitas, inclusive integrantes de partidos políticos como PT, PP e PMDB.

presidente da Petrobras, Aldemir Bendine

Ainda na tarde de ontem foi anunciado que a Petrobras teve um prejuízo de R$ 3,759 bilhões no terceiro trimestre deste ano. O resultado negativo é 29,6% menor do que o prejuízo de R$ 5,339 bi acumulado no período de julho a setembro do ano passado. De acordo com um comunicado da petroleira, entre janeiro e setembro o balanço ainda é positivo, com lucro de R$ 2,102 bilhões, representando uma queda de 58,1% sobre o mesmo período de 2014.

O Conselho de Administração da petroleira admitiu, em assembleia realizada no mês de abril, que os prejuízos causados pelas irregularidades sob investigação chegariam a um total de R$ 6 bilhões. Entretanto, o próprio presidente da Petrobras, Aldemir Bendine, disse que o número representaria uma estimativa conservadora, tendo em vista que a apuração dos fatos ainda estava no início. No mês passado, o Ministério Público Federal (MPF) considerou, em outubro, que o prejuízo passaria de R$ 20 bilhões.

Um dos principais responsáveis pela apuração das denúncias afirmou que o valor desviado seria bem maior que o admitido pela companhia. Mesmo assim, sua previsão ficou muito aquém do total que as investigações revelaram. “O que nós temos, hoje, é que apenas a propina da Petrobras envolveu mais de R$ 6,2 bilhões. Isso aponta que, possivelmente, o valor do prejuízo superará R$ 20 bi”, disse o procurador da República Deltan Dallagnol, coordenador da força-tarefa do MPF para a Lava Jato.

Pagamentos
A estimativa de R$ 42 bilhões, que foi apontada pela PF, estaria levando em conta uma tabela com os pagamentos indevidos envolvendo as 27 empresas apontadas como integrantes do cartel que atuava junto a diretores da Petrobras. São considerados percentuais informados pelos colaboradores da investigação (3%), além de um segundo valor estimado pelos investigadores, que pode chegar a 20%. “Tais pagamentos teriam sido viabilizados por meio da majoração excessiva das margens de lucros das contratantes, em percentuais bem acima daqueles constantes dos Demonstrativos de Formação de Preços (DFP) apresentados, uma vez que realizados em ambiente cartelizado”, afirma um trecho do despacho.

Os acusados que realizaram acordo de delação premiada com os investigadores da Lava Jato, teriam repassado inúmeras informações sobre como funcionava o esquema de corrupção na petroleira, em troca de redução nas penas caso sejam condenados, afirmaram que a propina variava entre 1% e 3% do valor total de cada contrato ou aditivo. Apesar disso, a PF acredita que muitos contratos foram fechados em percentuais bem próximos do valor máximo de 20%, acima das estimativas de referência da Petrobras. Em especial, os contratos envolvendo obras para implantação da Refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco, e do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj), unidades cujos valores já investidos superaram, e muito, o total previsto nos contratos iniciais.

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