O presidente da Federação das Indústrias do Estado do Ceará (Fiec), Beto Studart, questionou, ontem, o ex-presidente do Banco Central (BC), Henrique Meirelles, durante debate no Encontro Nacional da Indústria (Enai), em Brasília, sobre a possibilidade de ele enfrentar o atual cenário econômico do País. O líder da Fiec referiu-se aos recentes comentários da imprensa de vários estados sobre a possibilidade do ex-presidente do BC assumir o Ministério da Fazenda, substituindo Joaquim Levy. Isso porque os rumores sobre a possível saída de Levy do comando da equipe econômica do Governo Federal vêm tomando corpo a cada dia que passa.
O empresário cearense participou como debatedor do painel “Os cenários da economia brasileira”, no qual Meirelles foi palestrante. No contexto da pergunta, Studart falou sobre a situação complicada na qual se encontram as indústrias brasileiras e cearenses, que estão demitindo centenas de colaboradores. Ele indagou, ainda, se, caso Meirelles enfrentasse esse cenário, seria possível realizar ajuste fiscal com liquidez financeira. O ex-presidente do BC respondeu que não falaria sobre hipóteses, e que o importante, neste momento, é saber o que precisa ser feito: o ajuste fiscal para o País voltar a crescer. O evento é promovido pela Confederação Nacional da Indústria (CNI).
Em sua apresentação, Meirelles disse que o Brasil vive uma situação difícil e complexa, mas que já vivemos dias piores. “Temos instrumentos que nos permitem sair desse cenário negativo, como o mercado interno. Deve-se aproveitar o momento para construir bases sólidas para um futuro consistente, sem retrocessos”, asseverou. O ex-presidente do BC ressaltou que os empresários não podem entrar num estado de letargia e pessimismo, que paralisa, torcendo para que esse sentimento não seja ampliado para investidores e a economia de forma geral. “O momento é de se indignar, mas sem acomodação”, ressaltou Henrique Meirelles.