A CPI do Futebol encontrou dados que comprometem o presidente da CBF, Marco Polo Del Nero. A investigação espera apenas novas quebras de sigilo e a obtenção de documentos para ratificar o envolvimento do cartola. Os requerimentos para a obtenção desses recursos seriam votados, ontem, em sessão secreta da CPI do futebol, mas a reunião foi adiada para a próxima quarta-feira por pressão da bancada da bola, representada pelos senadores Romero Jucá (PMDB-RR) e Omar Aziz (PSD-AM).
A CPI, presidida por Romário (PSB-RJ), investiga a CBF e o COL (Comitê Organizador da Copa).
Romário pretende colocar em votação a quebra dos sigilos fiscal e bancário de José Maria Marin e de uma série de ex-dirigentes da CBF.
Segundo a Folha de São Paulo, documentos revelaram que Marin ganhou R$ 6,2 milhões do COL em 2013 e 2014. Carolina Galan, ex-namorada de Del Nero, também pode ter o seu sigilo quebrado. Ela recebeu uma doação de R$ 1,1 milhão em 2014. “Foi encontrado um conjunto de operações atípicas relacionados a vários investigados, incluindo o Del Nero. São operações acima de R$ 100 mil’’, contou o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP). “É batom na cueca [disse, sobre Del Nero]. Só estamos procurando sexo explícito.’’
Entre essas operações, estão os pagamentos de R$ 4,6 milhões da CBF e da Federação Paulista de Futebol a Del Nero em 2014. “Se não aprovarem com tudo que há de contundente, ficará claro que há gente querendo uma pizza’’, contou Randolfe. Na sessão secreta de quarta, ele e Romário vão pedir também a prorrogação da CPI, que deverá ser encerrada em dezembro. “A impressão que tenho, com os documentos que já chegaram é que encontramos o fio da meada do funcionamento do esquema criminoso que dirige o futebol brasileiro. Precisamos de mais tempo para puxar o restante do novelo”, disse Rodrigues. “Posso garantir para vocês que o esquema é mais feio, mais pesado, ilegal e ilícito do que eu mesmo imaginava”, acrescentou Romário.
