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Ceará registra 6ª maior taxa de mortes violentas do Brasil, aponta anuário

Anuário de Segurança Pública publicado nesta quinta coloca também Maranguape com a 8º cidade mais violentas do país, dados são de 2023

Por Kelly Hekally

Entre as cinco regiões do país, o Nordeste soma a maior taxa de mortes violentas: 36,5. A menor está com o Sudeste, que marca 14,0 / Foto: SSP

Os mais atuais dados do Fórum Brasileiro deSegurança Pública apontam que o Ceará possui a sexta maior taxa de Mortes Violentas Intencionais (MVI) do Brasil, com o índice de 35,4 por 100 mil habitantes (100 mil/hab), atrás apenas dos estados Amapá (69,9), Bahia (46,5), Pernambuco (40,2), Alagoas (38,5) e Amazonas (35,6). Os números são de 2023.

As taxas acima estão acima da média nacional, que é de 22,8/100 mil/hab assim como os de mais 12 UFs. Do Nordeste, apenas o Piauí está fora da lista, com um total de 22,5/100 mil/hab. As informações são do Anuário Brasileiro de Segurança Pública, divulgado nesta quinta-feira (18) e produzido por especialistas na área.

A base se concentra em números oficiais, a exemplo dos de secretarias estaduais de Segurança Pública. O fórum explica que há duas principais explicações para as MVIs no país, sendo a primeira associada às disputas de mercados e pontos de venda de drogas entre as diversas facções de base prisional e milícias que controlam territórios de forma armada e violenta.

No Nordeste, Pernambuco e Alagoas são os que mais tiveram crescimento de MVI entre 2022 e 2023: 6,2% e 1,4%, respectivamente. Entre as cinco regiões do país, o Nordeste soma a maior taxa de mortes violentas: 36,5. A menor está com o Sudeste, que marca 14,0.

Embora tenha tido redução da taxa de MVI entre 2022 e o ano passado, o Ceará, com -0,4%, está acima da média nacional, cuja redução foi de -3,4%, o que sinaliza que a diminuição do índice no Ceará não acompanhou a do país entre esses dois anos.

No mapa nacional de taxas de MVI dividido em 134 regiões, Fortaleza tem índice situado na segunda classificação mais violenta, com 42,8 MVI por 100 mil habitantes. A Capital registrou 758 mortes violentas em 2023.

Com relação à faixa etária, o anuário mostra que, entre as vítimas de homicídio doloso, pessoas de até 29 anos representaram 47,4% dos casos, chegando a 71,9% das vítimas de intervenções policiais que terminaram em morte.

“Já os latrocínios vitimam pessoas mais velhas: 52,5% possuem mais de 45 anos e ¼ mais de 60 anos. O perfil das vítimas de lesão corporal seguida de morte também é um pouco mais velho, com 59,1% das vítimas com 35 anos ou mais”.

O documento apresenta dados também sobre feminicídio, tráfico de drogas e crimes contra vulneráveis, entre outras divisões, e está disponível no site do Fórum Brasileiro de Segurança Pública ou via qr-code ao final deste conteúdo.

ARMAS SEM RENOVAÇÃO
O Anuário Brasileiro de Segurança Pública traz também levantamento sobre armas de fogo com registros expirados junto à Polícia Federal (PF). Em números absolutos, o Ceará é, no Nordeste, o estado com maior aumento de armas sem a renovação do Certificado de Registro de Arma de Fogo de 2022 para 2023: 27.297 para 30.839, ficando um pouco mais acima de 10%.

Na Bahia, cujo índice é um pouco inferior a 10%, o número saiu de 29.369 e foi para 32.364. Em Pernambuco, o acréscimo percentual foi menor do que no Ceará e na Bahia: 40.960 para 43.856. As populações de Ceará e Pernambuco são numericamente semelhantes, com 8,8 milhões e 9 milhões de habitantes, nesta ordem. A Bahia, por sua vez, possui 14,1 milhões de habitantes.

MARANGUAPE ESTÁ ENTRE AS 10
O Anuário Brasileiro de Segurança Pública mostra também que Maranguape, na Região Metropolitana de Fortaleza (RMF), foi a oitava cidade mais perigosa do Brasil em 2023 e teve aumento de violência de 85,7% entre 2022, quando somava taxa de 40,0%, e 2023, momento em que marcou 74,2%. O município está atrás de cidades do Amapá, da Bahia e do Mato Grosso.

“O oitavo lugar é ocupado por uma cidade que sequer apareceu no ranking das cidades mais violentas em 2022. Com taxa de 74,2 por 100 mil em 2023, Maranguape teve “um crescimento de 85,7% nas MVI entre 2022 e 2023”, afirma a publicação.

“Nesta cidade, há o efeito das disputas envolvendo uma facção de base prisional criada em 2021, a Massa Carcerária, que estaria se associado ao PCC (Primeiro Comando da Capital) para rivalizar com o controle territorial da Região Metropolitana de Fortaleza, onde Maranguape está localizada, exercido pelo Comando Vermelho e pela Facção local GDE (Guardiões do Estado)”, acrescenta o relatório.

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