Conforme nota técnica divulgada, ontem, pela Secretaria da Saúde do Estado (Sesa), até o momento, considerando os casos de microcefalia detectados das diversas fontes disponíveis (Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos – Sinasc – e notificações no Formulário da Sesa), existem 16 pacientes informados como nascidos com essa anomalia em 2015. Todos serão avaliados para saber quais atendem as definições estabelecidas.
A microcefalia é uma malformação congênita, em que o cérebro não se desenvolve de maneira adequada. Na atual situação, a investigação da causa é o que tem preocupado as autoridades de saúde. Neste caso, os bebês nascem com perímetro cefálico (PC) menor que o normal, que habitualmente é superior a 33 centímetros. Esse defeito congênito pode ser efeito de uma série de fatores de diferentes origens, como as substâncias químicas, agentes biológicos (infecciosos), como bactérias, vírus e radiação.
De acordo com a nota da Secretaria, “uma investigação coordenada pela Sesa está em andamento nas unidades de saúde e domicilio dos pacientes, no intuito de consolidar informações para descrição do evento (perfil dos afetados, das mães, distribuição espacial e temporal dos casos) e de levantar hipóteses visando identificar e avaliar fatores potencialmente associados a esta alteração. Os resultados preliminares deste trabalho serão divulgados na medida em que estejam finalizados”.
Boletim
O Ministério da Saúde também divulgou, ontem, o primeiro boletim epidemiológico sobre microcefalia no Nordeste. Até o momento, foram notificados 399 casos da doença em recém-nascidos de sete estados da região. No Ceará, a pasta apontou que teriam sido registrados nove casos até este mês, superando todo o ano de 2014, quando foram contabilizados sete notificações confirmadas de microcefalia. A Sesa, no entanto, publicou a nota técnica, no final da tarde de ontem, com os dados mais atualizados.
O maior número de casos foi registrado em Pernambuco (268), primeiro estado a identificar aumento de microcefalia em sua região, e que conta com o acompanhamento de equipe do Ministério da Saúde desde o dia 22 de outubro. A investigação desses casos está sendo realizada pelo Ministério da Saúde, integrada com as secretarias estaduais e municipais de saúde.
Zika
Segundo o Ministério da Saúde, ainda não é possível ter certeza sobre a causa para o aumento de microcefalia que tem sido registrado. A Fiocruz, que participa das investigações, notificou, ontem, que o Laboratório de Flavivírus do Instituto Oswaldo Cruz concluiu diagnósticos que constataram a presença do genoma do vírus Zika em amostras de duas gestantes da Paraíba, cujos fetos foram confirmados com microcefalia por meio de exames de ultrassonografia.