26.1 C
Fortaleza

Cearense vence quadro depressivo ao compartilhar rotina para voltar a correr

Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) estimam que cerca de 300 milhões de pessoas vivem com depressão

Por Dalila Lima

Após vencer a depressão, Amanda foi convidada para ser embaixadora de maratona do Rio de Janeiro / Foto: Divulgação

Nem todos os dias as pessoas acordam com aquele gás todo, muitas vezes o sentimento de tristeza, desmotivação, falta de esperança, cansaço e falta de vontade de levantar da cama fazem parte da vida. Entretanto, quando esses sentimentos se agravam e passam a controlar o ser humano, pode ser sinal de um quadro depressivo.

A depressão é uma doença psiquiátrica crônica e recorrente que produz uma alteração do humor caracterizada por uma tristeza profunda que vem associada a outros sentimentos, além de distúrbios do sono e do apetite, como explica o psicólogo Jardan Chandley.

“A depressão é uma doença psiquiátrica que afeta tanto o físico como o emocional da pessoa, gerando repercussões na sua vida pessoal e social. Geralmente, a depressão é associada apenas à tristeza, mas é muito mais do que isso, pois interfere em fatores fisiológicos, que por sua vez interferem em questões emocionais, trazendo diversas alterações no comportamento da pessoa”, explica.

Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) estimam que cerca de 300 milhões de pessoas vivem com depressão. Já no Brasil, o Ministério da Saúde aponta que cerca de 15% dos brasileiros já foram diagnosticados com a doença.

Professora universitária, Amanda Nogueira Lourenço, começou a correr em 2014 para realizar um sonho de infância, correr a “São Silvestre”, começou a treinar e foi em busca da realização deste sonho, depois disso, ela nunca mais parou, participando de maratonas em diversos Estados, e conquistando várias medalhas com a corrida de rua.

No entanto, quando veio a pandemia, ela quase desistiu da sua paixão por conta de um quadro depressivo.

“Eu tive depressão no decorrer da pandemia, porque primeiro eu fazia uso de medicamentos para emagrecer, pois naquela época eu tinha umas paranoias com o meu corpo, e era um medicamento também que a gente não podia usar, esses medicamentos para emagrecer. quando veio a pandemia, foi o momento que eu tive contato com a depressão, porque até então eu nunca tive nada disso, nunca tive nenhum problema com depressão, com nada. E aí, assim, tanto a questão de você ser professor no meio daquele contexto de pandemia, como aquelas questões pessoais, de você estar presa em casa, de você estar com outros problemas também associados, e eu tive depressão. E foi um momento muito difícil da minha vida, foi muito complicado, não foi fácil”, relembra.

Durante este período, ela usava suas redes sociais como uma forma de diário, e compartilhava cada vitória, desde calçar um tênis, até voltar a correr. Para poder sair daquele quadro, Amanda usou o seu sonho que se tornou uma paixão para se reerguer novamente.

“E aí eu usei novamente a corrida como estratégia para eu ficar de pé novamente, para eu conseguir superar aquele momento. Fui para o Rio, fiz a minha prova de 21k, era para ter feito o desafio, mas eu não consegui fazer o desafio, então optei por fazer uma distância menor, e aí no ano de 2022 eu treinei para fazer o desafio, então, ao mesmo tempo, eu venci a depressão”, finaliza.

Este ano, Amanda foi convidada para ser embaixadora da maratona no Rio de Janeiro.

CAUSAS DA DEPRESSÃO
Segundo o psicólogo, podem ser vários os fatores que podem deixar alguém mais vulnerável a desenvolver depressão, sejam eles questões econômicas, histórico de abuso ou de violência, luto, eventos traumáticos, entre outros. “Diversos fatores podem causar uma depressão. Problemas na vida pessoal, financeira, familiar, conjugal, social, cultural, etc”, destaca.

No entanto, as causas mais comuns são de uma combinação de origens biológicas, genéticas e ambientais. Independente de qual estágio esteja, o transtorno desenvolve vários tipos de sentimentos e sintomas físicos que são persistentes.

“As causas mais comuns incluem uma combinação de origens biológicas, psicológicas e sociais de angústia. Seja no início ou no decorrer do processo depressivo, a pessoa sentirá sensações persistentes de tristeza ou perda de interesse em coisas de que antes ela nutria desejo. Essa alteração pode levar a uma variedade de sintomas físicos e comportamentais”, finaliza o psicólogo.

PRINCIPAIS SINTOMAS

  • Tristeza, desesperança e/ou sentimento de vazio;
  • Perda de interesse e/ou prazer;
  • Diminuição ou ausência de autocuidado;
  • Distúrbios do sono;
  • Dificuldades de concentração;
  • Fadiga e/ou perda de energia;
  • Sentimento de culpa e/ou inutilidade;
  • Alterações no apetite e no peso;
  • Retardo psicomotor ou agitação;
  • Disfunções sexuais;
  • Dores de cabeça, dores musculares e/ou distúrbios gastrointestinais;
  • Pensamentos suicidas e/ou automutilação.

SUBTIPOS DE DEPRESSÃO

  • Distimia;
  • Depressão endógena;
  • Depressão Atípica;
  • Depressão sazonal;
  • Depressão psicótica;
  • Depressão secundária;
  • Depressão Bipolar.

Mais Lidas

Férias

As colônias de férias espalhadas pela cidade tem sido muito procuradas pelas crianças neste mês de julho. São espaços onde o contacto com a...

Justiça pede remoção de vídeos da convenção de Evandro

Decisão atendeu a pedido do PL, que acusou a chapa liderada pelo PT de propaganda eleitoral antecipada no evento com presidente Lula
spot_img