No mesmo período, em 2023, a cidade havia contabilizado 3.651 casos
Por Yasmim Rodrigues
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A Secretaria Municipal da Saúde (SMS) divulgou, nesta terça-feira, 16, que houve uma queda de 60% na quantidade de casos de dengue registrados em Fortaleza nos seis primeiros meses deste ano. Entre janeiro e junho, a capital cearense confirmou 1.465 diagnósticos da doença que é transmitida pelo mosquito Aedes aegypti.
No mesmo período, em 2023, a cidade havia contabilizado 3.651 casos. De acordo com a SMS, os números indicam um cenário de baixa transmissão e resultam de ações intersetoriais.
Conforme dados da plataforma IntegraSUS, da Secretaria Estadual da Saúde (Sesa), atualmente o Ceará conta com mais de 8,2 mil casos confirmados da arbovirose. Há também cerca de 12,1 mil diagnósticos prováveis ainda em investigação.
Da quantidade total de confirmações, 16 pacientes apresentaram quadros considerados graves. Ao todo, três pessoas morreram pela doença em território cearense, porém, há outros seis óbitos ainda sendo avaliados pelas autoridades.
Em Fortaleza, há 11 anos não se registra epidemia de dengue e, segundo o coordenador de Vigilância em Saúde do Município, Nélio de Morais, são muitos os fatores que contribuem para essa situação. Entre eles, esforços como os que são realizados na “Operação Inverno”, que todos os anos intensifica as buscas de focos do mosquito em áreas e bairros mais vulneráveis à infestação e com mais registros de casos.
“Ressalto que a participação popular é fundamental nesse processo. É importante que a população realize, pelo menos uma vez por semana, a vistoria em seu imóvel, verificando a caixa d’água, calhas, armazenamento de água, espaços em desuso e tudo que possa propiciar criadouros”, orienta o coordenador.
Há ainda outros trabalhos de contenção como a “Operação Fronteira” que, entre fevereiro e março, contemplou os limites com Maracanaú e Caucaia. No âmbito da “Operação Quintal Limpo” foram eliminados cerca de 20 mil kg de resíduos que poderiam facilitar o surgimento de novos focos.
De acordo com a SMS, durante todo o primeiro semestre de 2024, mais de 1 milhão de visitas domiciliares de inspeção foram realizadas, nas quais a população também foi orientada sobre a prevenção e o controle das arboviroses.
É válido ressaltar que a vacinação contra a dengue continua acontecendo em 19 postos da capital cearense, das 7h30 às 18h30.
Os locais de aplicação do imunizante contemplam bairros como Barra do Ceará, Monte Castelo, Vila Velha, Cais do Porto, Luciano Cavalcante, São João do Tauape, Pici, Padre Andrade, Jóquei Clube, Parangaba, Vila União, Itaoca, Conjunto Ceará, Canindezinho, Mondubim, Edson Queiroz, Messejana e Jangurussu. Aos fins de semana, o atendimento ocorre nos postos Mattos Dourado e Geraldo Madeira Sobrinho (Pio XII), das 8h às 16h30. Podem se vacinar aqueles com idade entre 10 e 14 anos.
ZIKA E CHIKUNGUNYA
A plataforma IntegraSUS também disponibiliza informações acerca de outras doenças igualmente transmitidas pelo Aedes aegypti. Até o presente momento, o Ceará já confirmou 7 casos de Zika e mantém outros 133 em investigação. Nenhuma pessoa morreu pela enfermidade no estado.
Já no tocante à Chikungunya, houve 619 pacientes com diagnóstico confirmado e pouco mais de 1.400 quadros seguem sendo avaliados. Nenhum óbito foi confirmado nesse sentido no Ceará, porém há uma morte sendo investigada.
O infectologista do Hospital São José, Francisco José Cândido, explica que dengue, zika e chikungunya têm sintomas e tratamentos semelhantes, mas também apresentam diferenças importantes. “A dengue causa febre alta, dor de cabeça, dor no corpo e nas articulações, e tem duração de sintomas de cerca de sete a dez dias, podendo evoluir com formas graves.
Já a zika cursa com um quadro mais leve que engloba febre baixa, manchas no corpo e prurido intenso. A chikungunya também tem um curso com febre e dor nas articulações, mas com uma característica de cronificação das dores articulares”, detalha.