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Fortaleza

Dia de ação social reúne duas mil pessoas no Ancuri

Cerca de duas mil pessoas da Comunidade Santa Fé, no bairro Ancuri, em Fortaleza, participaram de uma manhã de atividades, promovido pela rede de voluntários da Igreja Batista Central (IBC) e pelo Exército Brasileiro. A população teve acesso a atendimento médico, atendimento odontológico, de nutricionistas, além se serviços de beleza e orientação jurídica, com advogados voluntários.

A estudante Camila Maria, 18, aproveitou a ação e fez uma consulta com um clínico geral. “Faz tempo que não vou a um médico para fazer um check up. Para chegarmos a um posto de saúde mais próximo da comunidade, precisamos pegar dois ônibus e isso leva tempo. Acabei me acomodando”, disse a jovem, enquanto aguardava na fila a hora do atendimento. Mais de 200 voluntários estiveram envolvidos em diversas áreas da manhã solidária.

Foto: Elizabeth Dreher
Foto: Elizabeth Dreher

Caminhada

Antes do início das atividades, os trabalhadores voluntários realizaram uma caminhada, no intuito de chamar toda a comunidade para estar presente na ação. A concentração aconteceu às 7h30, na IBC, e, em seguida, saíram em direção à área onde estavam montadas as tendas de atendimento.

As crianças e jovens da comunidade também puderam usufruir da manhã de lazer. Uma área especial foi montada com pula-pula, brincadeiras de rua, animação com palhaços, pintura, distribuição de algodão doce, futebol, música e até grafite. Um campeonato de futebol infantil também aconteceu paralelamente às atividades. “Eu estou muito feliz com as brincadeiras. Nos finais de semana, eu quase não brinco na rua, porque é perigoso. Mas, hoje, estamos nos divertindo sem medo”, falou o estudante José Wiliam, 12.

“Queremos mostrar que o evangelho de Jesus cuida da alma, do corpo, do meio ambiente e do ambiente onde as pessoas vivem. Nos importamos com a dor daqueles que nada têm e dos que não têm vez nem voz na sociedade. Essa é a razão por qual estamos cravados nessa sociedade e fazemos isso continuamente há 12 anos. Mas, dessa vez, promovemos uma caminhada para conscientizar o povo local que eles têm poder e forças para reagir. Eles Precisam caminhar, reivindicar e não somente aguardar. Eles precisam fazer parte da solução”, disse o pastor Armando Bispo.

Protesto

A ação solidária foi montada em dois pontos estratégicos da comunidade. Uma aconteceu defrente a um posto de saúde inacabado e a outra foi montada no terreno ao lado da quadra de esportes da Escola Municipal Manoelito Guimarães Domingues, também inacabada. “Estamos servindo à comunidade com tudo que deveria estar acontecendo dentro do posto e na quadra de esportes. Oferecemos consultas médica, exames básicos com encaminhamento, também temos setor com assistência jurídica, pois há muita demanda. Aqui, tem gente sem documento, tem pessoas com parente preso e não sabe como agir. Também oferecemos um dia de beleza e diversão que as crianças merecem”, acrescentou o pastor.

De acordo com a assistente social responsável pela ação, Adriana Wanderley, o posto de saúde tem cerca de 20 salas de atendimento, design moderno, amplo, arejado com estacionamento, bem próximo à escola municipal e à creche, porém, ainda, não foi entregue ao povo. “A obra do posto teve início em agosto de 2013 e deveria ter sido entregue em fevereiro de 2014, mas só ficou pronta em agosto de 2015. No entanto, até agora, permanece fechado por falta de equipamentos e profissionais”. Já sobre a quadra de esportes, a assistente social diz que “o prédio da escola foi inaugurado há três anos, e embora seja amplo, iluminado e arejado, conta com muitos problemas estruturais, como, por exemplo, a caixa d’água e encanamentos mal instalados, que terminam por provocar a falta de água. Contudo, o que mais chama a atenção é o fato da obra da quadra de esportes não ter sido finalizada. Hoje, é um local isolado por uma grade, coberto por mato e sem nenhuma previsão de conclusão. As crianças passam o recreio confinadas em um espaço pequeno e não podem aproveitar o local para a prática de esportes”, denunciou Adriana Wanderley.

Outro equipamento público que a população reivindicou mais atenção foi a creche da comunidade, que atende 60 crianças, de zero a seis anos. “Parece esquecida pela Prefeitura, pois a estrutura está precisando de reparos e os alimentos são precários e os funcionários estão há cinco meses sem receber salários”, acrescentou o pastor.

O jornal O Estado entrou em contato com a Secretaria Municipal da Saúde (SMS), para saber o posicionamento sobre a demora na entrega do posto à comunidade. Em nota, respondeu que “o posto de saúde no bairro Ancuri será entregue à população em dezembro”. Já a Secretaria Municipal da Educação (SME), informou, também em nota, que “enviará uma equipe do setor de infraestrutura ao local, para averiguar a situação da quadra da Escola Manoelito Guimarães Rodrigues”.

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