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Dívidas: Entre a cruz e a espada

O consumidor que renegociar uma dívida na Faixa 2 do Desenrola Brasil em cinco anos ou mais pode pagar taxas de mais de 200%. Isso acontece no caso de dívida negociada para ser paga a partir de 60 meses, com juros de 1,99% ao mês. Os dados são de uma simulação da Dsop Educação Financeira. Nas simulações, os cálculos consideraram dois cenários em que o consumidor consegue descontos. No primeiro, o abatimento é de 50%. Na situação 2, de 96%. A taxa de juros ficou fixada em 1,99% ao mês. Se considerarmos o valor do saldo devedor com os descontos, em ambos os cenários, o total a ser pago no fim do financiamento em cinco anos fica 72% maior do que a dívida.

Com um parcelamento de 60 meses e taxa de juros mensal de 1,99%, o consumidor irá pagar 72,19% só de juros. A taxa referente ao período do financiamento será de 226%. Já um parcelamento em dez anos irá gerar custos de 163% apenas considerando o montante pago em juros, além de taxa de 963% (referente ao período de 120 meses). Isso acontece porque, embora o pagamento das dívidas a longo prazo seja atraente pelo valor menor das parcelas, a taxa de juros negociada precisa ser realmente vantajosa. Do contrário, a depender do acordo firmado, o cidadão poderá pagar, ao fim do financiamento, um valor muitas vezes maior do que a própria dívida. E agora, José?!

Veículos
Sob impacto do programa de descontos do Governo Federal, os preços dos automóveis novos caíram 2,76% em junho, na maior redução em 11 anos no Brasil, segundo o IBGE. A queda para o consumidor, contudo, deve ter fôlego curto, já que o programa de descontos para os chamados carros populares foi pontual, dizem analistas. O Governo anunciou o fim da medida no início deste mês. Porém, com o fim dos descontos, os carros zero-quilômetro devem subir 0,7% na inflação de julho.
Veículos II
A queda de 2,76% foi a maior para automóveis novos no IPCA desde junho de 2012. À época, a retração dos preços havia alcançado 5,48%, também sob impacto de uma medida do Governo Federal para estimular o consumo. Naquela ocasião, os automóveis ficaram mais baratos devido a uma redução do IPI anunciada pela gestão Dilma Rousseff. Após o efeito do programa de descontos de Lula, a produção e a venda de carros devem reencontrar um cenário de obstáculos no Brasil, dizem analistas.

Importados: Pressão grande para taxação
A isenção do imposto de importação para produtos de até US$ 50 (R$ 237) vai gerar uma perda de arrecadação de cerca de R$ 35 bilhões até 2027, diz a Receita Federal. A projeção consta em uma nota técnica do Fisco, cuja análise considera que aproximadamente 80% do volume total de remessas postais e expressas, feitas por pessoas jurídicas, passarão a ser realizadas em linha com o programa de conformidade, dentro do limite de US$ 50 e atendendo aos critérios para a aplicação de alíquota zero.

Crédito
A demanda por crédito do consumidor cresceu 0,2% entre maio e junho, em números dessazonalizados, e encerrou o primeiro semestre de 2023 com alta acumulada de 4,9%, diz a Boa Vista. Em 12 meses, o indicador acumula crescimento de 2,9%. No segundo trimestre de 2023, a demanda subiu 0,6% sobre o primeiro trimestre do ano. Na série com dados originais, houve alta de 0,1% do indicador em junho, ante igual mês de 2022 – em maio, houve avanço de 2,7% na mesma base de comparação.
Crédito II
O BC prevê que o volume de crédito bancário crescerá 7,7% em 2023 – uma ligeira alta diante da previsão anterior de 7,6% (março), e ainda indica processo de desaceleração do crédito, “compatível com o ciclo de aperto monetário” de alta na Selic, os juros básicos da economia. O BC mantém a taxa Selic em 13,75% ao ano desde agosto do ano passado, o maior nível desde janeiro de 2017, apesar da queda da inflação e das pressões de parte do Governo para redução dos juros básicos.

INSS: Aposentados receberão R$ 1,8 bi da Justiça
A Justiça Federal liberou R$ 1,8 bilhão para pagar os atrasados de aposentados e pensionistas do INSS que venceram ação de concessão ou revisão do benefício contra o instituto. O montante irá quitar as RPVs (Requisições de Pequeno Valor) – dívidas judiciais de até 60 salários mínimos (R$ 79,2 mil), em 84.091 processos com 109.403 beneficiários. Para receber, o segurado precisa ter ganhado a ação já esgotados os recursos, e a ordem de pagamento do juiz deve ter sido emitida em junho.

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