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Greve de médicos cancela 1,1 mi de perícias

Contribuintes do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) enfrentam grande sofrimento com a greve dos médicos peritos. Paralisada há 75 dias, a categoria reivindica redução da jornada de trabalho e reajuste salarial. Enquanto isso, a greve já soma mais de um milhão de perícias não realizadas no País. São milhares de trabalhadores impactados, sem conseguir dar entrada em licenças médicas ou impedidos de retomar às atividades, porque não tem médico para dar alta.

A jornalista Carmina Dias, em tratamento contra um câncer de mama, tenta, desde o final de outubro, agendar uma segunda perícia para renovar a licença. Para ela, uma via-crúcis. O INSS orienta ligar para 135 e marcar o atendimento. Por telefone, a jornalista foi informada que deveria ir diretamente à agência onde realizou o primeiro exame. No local, ela foi avisada de que deveria telefonar para o 135. “No final, resolveram marcar minha perícia para 15 de fevereiro do próximo ano. Detalhe, minha licença estava prevista para finalizar em 5 de novembro”, relatou Carmina.

O caso da jornalista retrata a conjuntura dos contribuintes que precisam da perícia para renovar a licença ou retornar ao trabalho. Nas duas situações, o INSS continua arcando com o auxílio-doença. “Continuo recebendo o benefício até fevereiro, quando ficou marcada a nova perícia. Contudo, muitos outras pessoas não conseguiram entrar no cadastro de pagamento. Estão em tratamento e sem receber dinheiro. Será que o Governo não percebe que isso sai muito mais caro, tanto do ponto de vista econômico como social?”, questionou a jornalista.

Sem acordo
O vice-presidente da Associação Nacional dos Médicos Peritos (ANMP), Samuel Abranques, sinalizou que, se a comissão não for recebida pelo Governo para discutir as propostas apresentadas, a greve vai continuar por tempo indeterminado. Os médicos peritos, conforme Abranques, reivindicam a redução da jornada de trabalho para trinta horas semanais e o reajuste salarial de 27,1%. “O Governo está prejudicando a população, porque mais de um 1,1 milhão de perícias deixaram de ser feitas”, afirmou.

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