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Hipertensão arterial: doença é uma “inimiga silenciosa” e atinge 27,9% dos brasileiros

A hipertensão arterial ou “pressão alta” como é mais conhecida, é uma doença crônica, não transmissível e multifatorial, ela causa o aumento da pressão sanguínea nas artérias, conforme explica a cardiologista e professora da FAMED-UFC, Dra. Sandra Nívea dos Reis Saraiva Falcão.
“Hipertensão arterial, ou pressão alta, é uma condição crônica caracterizada pela elevação persistente da pressão sanguínea nas artérias. Segundo a Sociedade Brasileira de Hipertensão, ela é definida por valores de pressão arterial sistólica (≥140 mmHg) e/ou diastólica (≥90 mmHg) medidos em duas ou mais ocasiões diferentes”, destaca a Dra. Sandra Falcão.
Segundo dados da Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel) de 2023, cerca de 27,9% da população brasileira são acometidas pela patologia. O cardiologista e professor de medicina da FAMED-UFC, dr Ricardo Pereira, explica que a hipertensão isolada não mata, entretanto ela é um fator de risco que leva para outras doenças, devido o aumento da pressão sanguínea nas artérias, ocasionando acidente vascular cerebral (AVC), infarto, aneurisma arterial e insuficiência renal e cardíaca.
“A hipertensão arterial isoladamente não mata, ela é um fator de risco para uma série de outras doenças, principalmente as doenças vasculares. Como temos vasos, artérias no cérebro já podem levar a acidente vascular cerebral. Nos vasos do coração, nas artérias coronárias, a hipertensão arterial predispõe ao estreitamento delas, podendo inclusive levar a infarto do miocárdio. E nos rins, o aumento da pressão arterial pode levar à insuficiência renal. Além disso, ela pode levar também à doença arterial obstrutiva periférica, ou seja, obstrução das artérias de braços e pernas, pode predispor à estenose das artérias subclávias, das artérias carótidas, que são as artérias que levam sangue para o cérebro”, explica Dr. Ricardo Pereira.

Diagnóstico e tratamento
Para realizar o diagnóstico, é necessário realizar a aferição da pressão arterial regularmente. Conforme o Ministério da Saúde, pessoas acima de 20 anos devem medir a pressão ao menos uma vez por ano. Ainda segundo o MS, como geralmente, cerca de 90% é herdado dos pais, caso não haja casos de pessoas com pressão alta na família, deve-se medir no mínimo duas vezes por ano.
“O diagnóstico de hipertensão é feito através da medição repetida da pressão arterial em consultas médicas. Se os valores forem consistentemente elevados, o diagnóstico é confirmado. Em alguns casos, pode ser necessário monitoramento ambulatorial da pressão arterial (MAPA) ou automedicação domiciliar para confirmar o diagnóstico”, explica a Dra. Sandra Falcão.

Além disso, conforme o Dr. Ricardo Pereira, nem todos os hipertensos necessitam necessariamente de medicações, mas é importante manter um estilo de vida saudável, tendo em vista que a alimentação e a falta de atividade física também podem influenciar.

“Nem todo indivíduo hipertenso precisa de medicação, mas todo hipertenso precisa de um estilo de vida saudável. Esse mesmo estilo de vida saudável, que pode ser o tratamento da hipertensão leve, também pode prevenir a hipertensão em quem não é hipertenso ainda. Ele inclui se alcançar um indivíduo adequado, que está no índice massa corporal entre 20 a 25, fazer exercícios físicos, pelo menos de forma moderada, pelo menos 150 minutos por semana, diminuir a ingestão de sal e de gordura saturada, evitar fumar e, se o indivíduo bebe, diminuir a quantidade de bebida”, finaliza dr. Ricardo Pereira.

A prática de atividade física contribui tanto para a prevenção, quanto para o controle da hipertensão arterial, pois quando realizada de maneira regular proporciona múltiplos benefícios para os hipertensos, como fortalecimento dos músculos cardíacos, melhora a circulação do sangue pelo corpo entre outros.
“Seja para a prevenção como para o tratamento (não medicamentoso) da hipertensão arterial, a prática regular de exercícios físicos são amplamente recomendados. Quando realizado constantemente e de forma correta, proporciona excelentes benefícios aos pacientes hipertensos, como fortalecimento do músculo cardíaco, melhora do sistema vascular, redução expressiva na pressão arterial em situação de repouso e controle dos fatores de risco relacionados à hipertensão, além de atuar positivamente nos mecanismos fisiopatológicos (desencadeadores) da doença, proporcionando desta forma um efeito protetor para essa população”, explica o professor do Instituto de Educação Física e Esportes da UFC, Octavio Barbosa Neto.

Por Dalila Lima

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