Com o recuo dos preços de energia elétrica e alimentos, o IPCA-15 teve queda de 0,07% em julho, segundo o IBGE. A deflação (baixa) foi maior do que o recuo esperado pelo mercado. Na mediana, as projeções de analistas indicavam queda de 0,02%, após o leve avanço de 0,04% registrado pelo índice em junho. O novo resultado marca a primeira deflação do IPCA-15 em dez meses, desde setembro de 2022. À época, o recuo havia sido de 0,37%, sob impacto dos cortes tributários do período Bolsonaro, perto das eleições presidenciais. Depois, o índice teve nove avanços consecutivos.
Considerando apenas os meses de julho, a queda de 0,07% é primeira desde 2017. Naquela ocasião, o recuo havia alcançado 0,18%.
Com a variação de julho de 2023, a alta acumulada em 12 meses pelo IPCA-15 desacelerou a 3,19%. Trata-se da menor elevação desde setembro de 2020 (2,65%). Nesse recorte, o avanço era de 3,40% até junho. O índice oficial de inflação do Brasil é o IPCA. Como a variação do IPCA é calculada ao longo do mês de referência, o resultado de julho ainda não está fechado. Será conhecido no dia 11 de agosto. O IPCA-15, pelo fato de ser divulgado antes, sinaliza uma tendência para os preços. Sua variação é coletada entre a segunda metade do mês anterior e a primeira metade do mês de referência dos dados -neste caso, de 15 de junho a 13 de julho.
Deflação
A deflação em julho veio da queda dos preços da energia elétrica residencial (-3,45%), após a incorporação do chamado Bônus de Itaipu nas faturas – crédito pontual em razão do saldo positivo na comercialização de energia da usina binacional em 2022. Com isso, o grupo habitação recuou 0,94% em julho. Assim, contribuiu com -0,14% para a baixa do IPCA-15. Ainda nesse grupo, houve queda nos preços do botijão de gás (-2,1%). Alimentação também ajudou, ao recuar 0,4%, diz o IBGE.
Deflação II
Para a RMF, o IPCA-15 foi de -0,22% em julho, 0,17% abaixo da taxa de junho (-0,05%). No ano, o IPCA-15 acumula alta de 2,88% e, em 12 meses, de 2%, abaixo dos 2,64% dos 12 meses imediatamente anteriores. Em julho de 2022, a taxa foi de 0,42%. Neste mês, houve quedas em habitação (-0,98%) e alimentação e bebidas (-0,52%). Entre as altas, estão artigos de residência (0,45%), comunicação (0,32%), vestuário (0,2%), educação (0,19%), despesas pessoais (0,12%) e transportes (0,05%).
Império Bet: Apostas esportivas taxadas em 18%
O Governo Federal publicou, ontem, a MP que regulamenta as apostas esportivas. A previsão é que as empresas paguem uma alíquota de 18% sobre a receita obtida com os jogos (chamada de GGR, ou gross gaming revenue), descontados os prêmios pagos aos jogadores. A norma afirma que, no máximo, 82% serão destinados às plataformas de aposta para “cobertura de despesas de custeio e manutenção do agente operador da loteria de apostas de quota fixa”. O arrecadado irá para áreas como segurança pública, educação básica, clubes esportivos e ações sociais, diz o texto.
Ganância?
Bancos brasileiros lançaram uma ofensiva para tentar barrar o avanço de uma proposta que limita os juros no rotativo do cartão de crédito, modalidade mais cara de empréstimo no País e alvo de reiteradas críticas do Governo Federal. A medida está em um projeto de lei que vai receber o conteúdo do Desenrola, promessa da campanha petista e um dos principais programas do Governo na área econômica. A proposta deve começar a ser debatida na Câmara dos Deputados em agosto.
Efeito ‘Desenrola’
Com o início do Desenrola Brasil, a Serasa Experian viu as renegociações de dívidas saltarem 41% em sua plataforma em comparação com a semana anterior ao programa. Foram 1,046 milhão de acordos entre 17 e 23 de julho, entre dívidas bancárias e de outros segmentos. Uma semana antes, entre os dias 10 e 16, foram 744,3 mil negociações. Mais de 1,5 milhão de pessoas com dívidas bancárias de até R$ 100 tiveram seus nomes retirados da lista negra, diz a Serasa Experian.
FGTS vai distribuir R$ 12,7 bi a trabalhadores
O Conselho Curador do FGTS decidiu distribuir aos trabalhadores o montante de R$ 12,7 bilhões. O valor corresponde a 99% do lucro obtido pelo fundo no ano passado. Em 2022, o FGTS registrou lucro líquido de R$ 12,8 bilhões, uma queda de 3,45% em relação ao ano anterior. Pela lei, a distribuição do lucro deve ocorrer até 31 de agosto, a cada trabalhador de acordo com o saldo existente nas contas do FGTS, em 31 de dezembro de 2022.
