Geral
Dados do Sistema Nacional de Adoção e Acolhimento e disponibilizados pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) mostram que oito crianças são abandonadas por dia no Brasil. De janeiro de 2015 a julho de 2021, 18,7 mil crianças e adolescentes de 0 a 18 anos deram entrada em serviço de acolhimento por motivo de abandono pelos pais ou responsáveis.
Muitos desses casos poderiam ser prevenidos com o planejamento familiar. A tomada de decisões conscientes ajudariam mulheres e homens a planejar a chegada de filhos, bem como prevenir a gravidez não planejada.
“As ações do planejamento familiar consistem em orientar quanto aos métodos contraceptivos, prevenção da gravidez não desejada e o direito de ter filhos ou não. Para casais que desejam ser pais, é importante para a organização antes da chegada dos bebês”, ressalta a advogada e ativista pela Saúde da Mulher, Patrícia Marxs.
Para a especialista, o planejamento engloba não somente gravidez ou aspectos contraceptivos, mas também financeiros. “Com o planejamento, a família vai conseguir ofertar todo o suporte para a criança, acolhendo muito melhor e contribuindo diretamente para a qualidade de vida do pequeno”, explica.
Segundo ela, é preciso que as políticas públicas alcancem todas as mulheres, especialmente aquelas mais desfavorecidas e vulneráveis na sociedade.
“Implantar e/ou melhorar os programas de planejamento familiar, bem como torná-los acessíveis às mais vulneráveis, pode fazer uma grande diferença na vida de milhares de mulheres. Em linha, reduziria os casos de abandono de menores”, explica.