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Fortaleza

Rotativo e o conflito de interesses

O setor varejista sentou à mesa com as instituições financeiras para tentar encontrar uma “solução de mercado” para o rotativo do cartão de crédito, a linha de financiamento mais cara do País, que é alvo de críticas por parte do Governo e de parlamentares. O objetivo é encontrar uma saída consensual, costurada pelos integrantes da cadeia e, assim, evitar que medidas consideradas mais intervencionistas possam prosperar no Congresso ou em outras esferas. A Febraban é ainda mais enfática e refuta o que chama de “soluções simplistas ou artificialidades, que só agravariam o problema”, e reforça que o tema é complexo e sensível. A questão colocou em campos opostos as instituições financeiras e o comércio.
Os bancos rejeitam a possibilidade de tabelamento ou de se estabelecer um teto para as taxas, e dizem que a construção de uma saída passa por algum tipo de restrição às compras parceladas sem juros. O problema é que o parcelamento sem juros no cartão é um dos motores das vendas no varejo. O rotativo do cartão é um tipo de crédito oferecido ao consumidor quando ele não faz o pagamento total da fatura até o vencimento. Dados do BC de junho apontam que a taxa média do rotativo está em 437,2% ao ano. Ou seja, em 12 meses a dívida mais do que quintuplica. Algumas financeiras, no entanto, chegam a cobrar quase 1.000%, segundo levantamento da autoridade monetária.

IR na mira
O Ministério da Fazenda deve enviar ao Congresso Nacional, até 2024, a segunda parte da Reforma Tributária, que trata das mudanças no Imposto de Renda. O principal ponto do projeto de lei será o fim da isenção para lucros e dividendos distribuídos pelas empresas. Também são esperadas modificações no mecanismo de JCP (Juros sobre Capital Próprio) pagos aos acionistas. O projeto deve trazer ainda a redução dos tributos sobre o lucro das pessoas jurídicas (IRPJ/CSLL).
IR na mira II
A reforma da tributação sobre a renda inclui pelo menos dois outros textos: a MP que corrige a tabela do Imposto de Renda e altera a tributação de investimentos no exterior, enviada ao Congresso em abril, e um PL para tributar os fundos exclusivos, conforme anunciado pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Também está na mesa a possibilidade de discutir em conjunto mudanças na tributação da folha de salários, uma demanda, principalmente, do setor de serviços.

MPES respondem por 70% de novas vagas
As MPEs continuam mantendo o fôlego e sustentando o saldo positivo de empregos no País. Este ano, as MPEs já criaram quase 710 mil vagas de trabalho, cerca de 70% do total de vagas formais gerados no período (pouco mais de 1 milhão de vagas), segundo o Sebrae. O quadro é semelhante ao dos primeiros semestres de 2021 e 2022. Entre janeiro e junho deste ano, os pequenos negócios do setor de serviços geraram mais de 394 mil contratações, seguidos pelas empresas de construção (147 mil), indústria da transformação (72 mil) e comércio (60 mil).

Menos caro
O índice de preços da Ceasa Ceará recuou 8,02% sobre a cesta básica, além de queda de 4,14% no setor hortaliças fruto, entre agosto de 2022 e julho de 2023. Os setores que mais subiram preços, nesse período, foram o de raiz, bulbo e rizoma (22,9%); folha, flor e haste (8,41%); e frutas 4,28%. Entre junho e julho de 2023, caíram melancia (-18,2%), e a banana pacovan e prata (-15,83%). Porém, subiram o mamão formosa (17,03%), a manga tommy (16,5%) e o limão Taiti (15,71%).
Cesta básica
Em julho, a cesta básica de Fortaleza teve inflação de 0,05%, chegando a R$ 661,50, influenciado pela alta de cinco produtos, diz o Dieese-CE. Dentre eles, destacam-se: a banana (6,56%), o tomate (4,17%) e o pão (0,73%). Os produtos que registraram as maiores reduções em seus preços foram o feijão (-8,18%), o açúcar (-2,88%) e o óleo (-2,43%). No semestre, os produtos que sofreram maiores reduções nos preços foram o óleo (-24,66%), a carne (-9,42%) e a banana (-7,61%).

Caixa renegocia R$ 1 bi de 50 mil devedores
A Caixa já renegociou R$ 1 bilhão em dívidas de clientes através do Desenrola, programa de renegociação criado pelo Governo Federal. Segundo o banco público, foram beneficiados mais de 50 mil clientes. Ao todo, entre 17 de julho e a última sexta-feira (4), o banco renegociou mais de 62 mil contratos de clientes. Segundo a Caixa, 91,2% das dívidas foram pagas à vista com desconto de até 90%.

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