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Autoridades intensificam operações após onda de violência abalar o Ceará

Governador do Estado falou sobre o cenário de tensão e disse ter acompanhado as ações criminosas que ocorreram após intensificação das operações.

Ismael Azevedo e Yasmim Rodrigues

A onda de violência causou vítimas em Viçosa, Serra da Ibiapaba, e nos bairros Barroso, Mondubim e Siqueira, em Fortaleza, além de Araturi, em Caucaia/ Foto: Governo do Estado do Ceará

Uma onda de violência voltou os olhos do país para o Ceará no último fim de semana. Somente no sábado, 22, foram registrados seis homicídios em todo o Estado, sendo três no interior e três na Capital. Neste domingo, 23, contudo, o governador Elmano de Freitas informou que a situação recuou e, segundo as autoridades, não foram registrados novos homicídios na capital durante a madrugada.

Anteriormente, o gestor do Estado já havia se manifestado sobre o cenário de tensão, afirmando ter acompanhado as ações criminosas com “indignação”. “Isso ocorre na sequência da intensificação das operações de combate ao crime que temos realizado e do anúncio de novas e mais duras medidas de enfrentamento às organizações criminosas, juntamente com a Justiça e o Ministério Público”, explicou Freitas.

A crise de segurança segue ainda, uma ocorrência de chacina que aconteceu em Viçosa do Ceará, na madrugada da quinta-feira, 20. Sete pessoas foram mortas e outras duas ficaram feridas no episódio.
Na ocasião, o secretário de Segurança, Roberto Sá, detalhou que algumas das vítimas já tinham antecedentes criminais, e informou que tal crime poderia estar relacionado com o tráfico de drogas.

“Quero dizer para a população local que a nossa estrutura de segurança e nossas forças de segurança não vão descansar enquanto não identificarem e prenderem esses autores. É importante que eles saibam que, querem ganhar a vida no crime, mas aqui vão ganhar as grades. Vão ser apresentados à Justiça para responder pelos crimes que estão praticando”, disse.

Diante das novas mortes que aconteceram em Fortaleza e no interior, o governador se solidarizou com as famílias das vítimas, e deixou claro que “esses ataques não intimidarão as forças de segurança do Ceará e as nossas Instituições. Pelo contrário, as ações e operações policiais serão ainda mais intensificadas, e todos esses criminosos serão identificados e presos. Se necessário, não hesitarei em solicitar reforço de apoio federal nessa missão”, declarou.

Ontem, Freitas anunciou que as forças de segurança do Ceará receberão um reforço financeiro para “garantir atuação intensa nas comunidades, nos bairros, nos municípios e em todo o Estado”. É válido ressaltar que, ainda na manhã de sábado, a Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS) confirmou que duas pessoas foram presas por suspeitas de que estivessem envolvidas na tentativa de chacina que aconteceu no bairro Barroso, e culminou na morte de uma mulher de 48 anos e de uma criança de dez anos.

No domingo, um outro suspeito, que segundo a pasta já possuía “extensa ficha criminal” por homicídios, integrar organização criminosa, roubos e tráfico de drogas também foi capturado.

Moradores do bairro em questão relataram ao Estado que a sensação é que estão em uma guerra sem fim. “Estamos apavorados e sem saber muito o que fazer. Até pessoas que não estão envolvidas nessas coisas estão sendo atacadas.

Confesso que tenho medo de até sair na calçada da minha casa e acontecer algo pior”, disse um residente que não quis se identificar. “Estamos entregues à bandidagem? Há dias que não via tanta viatura da Polícia Militar aqui no bairro. Quer dizer que só há reforços quando o pior acontece? Estamos há anos nessas disputas e os políticos nunca resolvem nada. Chegar e falar para todos que vai resolver é fácil, quero ver resolver de fato a realidade”, criticou outra pessoa ouvida pela reportagem.

DENÚNCIAS
A população pode contribuir com o trabalho da polícia repassando informações relevantes para o número 181, Disque Denúncia da SSPDS, ou para o Whatsapp (85) 3101-0181, por onde podem ser enviados vídeos, fotos, áudios ou quaisquer outros arquivos considerados importantes. Informações também podem ser encaminhadas para o Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), que atende pelo (85) 3257-4807. O sigilo e o anonimato são garantidos pelas autoridades de segurança.

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