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Fortaleza

Falta de material, superlotação e demora nas cirurgias marcam HGF

Segundo o Ministério Público do Estado do Ceará (MPCE), entre 1º de abril de 2023 e 30 de junho de 2024, foram registradas 594 reclamações nas Promotorias de Saúde Pública de Fortaleza. Essas denúncias abrangem tanto hospitais e estabelecimentos de saúde, como as Secretarias de Saúde do Estado e do Município.

As denúncias feitas ao MPCE, muitas se referem a reclamações das próprias unidades de saúde e a maioria sobre pedidos de consultas, exames ou de cirurgias, transparência nas filas de cirurgias, erro médico, pedido de dieta enteral (tipo de alimentação oferecida através de sonda) ou pedido de tratamentos diversos, além de qualquer outro pedido ou reclamação que envolva saúde pública.

Na lista das reclamações no MPCE, está o Hospital Geral de Fortaleza (HGF), de responsabilidade do Governo do Estado. Em março deste ano, o ajudante de pedreiro que não quis se identificar, sofreu um acidente de trabalho, ele caiu de um andaime e fraturou os dois pés, devido à complexidade teve que ser transferido da cidade de Ubajara, cerca de 360 km da capital para o Hospital Geral de Fortaleza (HGF), para realizar a cirurgia.

O paciente deu entrada no hospital no dia 7 de março. Segundo a família, ele ficou quase 2 meses no corredor da emergência, aguardando a cirurgia. Como não podia ficar só, os acompanhantes dormiam no chão, abaixo da maca dele.

“Ele passou quase dois meses para fazer a cirurgia. Ficou a maioria do tempo no corredor, ele não podia ficar sem acompanhante, porém o acompanhante dormia no chão abaixo da maca dele”, relata.

Devido à gravidade do acidente e à demora na cirurgia, o paciente corria o risco de não voltar a andar. Desesperada, a família chegou a fazer uma vaquinha para tentar custear a cirurgia.

Segundo a família, questionados sobre a demora, os funcionários do HGF informavam que estava faltando material para que a cirurgia fosse realizada. Outro fator seria a superlotação e a falta de leito para que ele fosse transferido de setor para então realizar a cirurgia, que só aconteceu em abril.

Denúncias ao Simec
O Diretor de Comunicação do Sindicato dos Médicos do Ceará (Simec), Dr. Maurício Granja, contou em entrevista ao O Estado, que as recentes denúncias recebidas pelo sindicato, referente ao Hospital Geral de Fortaleza (HGF), é sobre a descontinuidade do serviço de anestesiologia, levando em conta que não tem perspectiva sobre a contratação de uma nova cooperativa ou se irá permanecer a mesma, o que pode comprometer as cirurgias.

“Então às denúncias que recebemos do Hospital Geral de Fortaleza (HGF), as mais recentes é sobre a descontinuidade do serviço de anestesiologia, onde o contrato com a cooperativa vai até agora o dia 24 de agosto e não se tem uma nova uma perspectiva de contratação de outra cooperativa ou de permanecer com a mesma. Então, se realmente não for contratada uma nova cooperativa ou realmente o concurso para que sejam realmente chamados médicos para atuar nessa área, o serviço de cirurgia vai ficar totalmente comprometido”, afirma.

Ainda de acordo com o Dr. Maurício, de janeiro deste ano até julho, o Simec enviou ao HGF, cinco ofícios, onde tiveram retorno de dois desses cinco ofícios, que falavam sobre a questão da categoria da enfermagem, referente ao piso salarial da enfermagem. Entretanto, conforme o Dr. Maurício, o hospital afirmou que seria a cooperativa que não estava repassando o valor para a categoria.

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