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Nesta segunda-feira, 20, um dos maiores julgamentos relacionados à máfia italiana terminou com mais de 230 réus condenados. O grupo em questão estava ligado ao “Ndrangheta”, oriundo do sul da região da Calábria, e considerado o mais poderoso do país, ultrapassando, por exemplo, a Cosa Nostra da Sicília. A influência de tais criminosos ultrapassa as fronteiras da Itália, chegando a outros países da Europa e além.
Ao todo, as acusações foram feitas contra mais de 300 supostos mafiosos e associados. Entre os crimes havia denúncias de extorsão, tráfico de drogas e roubo. Ao todo, o julgamento durou quase três anos.
A mídia italiana noticiou que somente a leitura do veredito durou cerca de 1h e 40 min e Saverio Razionale e Domenico Bonavota receberam as penas mais severas, de 30 anos de prisão. Os dois eram líderes locais da máfia. Um dos magistrados mais conhecidos do país e ex-promotor do caso, Nicola Gratteri, se manifestou sobre as sentenças à imprensa internacional, argumentando que a decisão significa que “toda uma província da Calábria foi liberta do alto escalão do grupo criminoso”.
Conforme Gratteri, que atualmente é procurador-chefe em Nápoles, a confirmação de que há uma relação entre a Ndrangheta e uma rede de profissionais foi um aspecto central para a decisão proferida.
Além dos dois homens já citados, Giancarlo Pittelli, advogado e ex-político do partido Forza Italia, também foi condenado ontem. Ele recebeu pena de 11 anos de reclusão por conluio com a máfia e por transmitir informações. Já o ex-chefe da polícia local, Giorgio Naselli, passará dois anos e meio preso.
Apesar da quantidade de réus sentenciados, a acusação não conseguiu obter penas tão severas quanto pretendia em diversos casos e outras cerca de 100 pessoas foram inocentadas. É necessário lembrar que a decisão de ontem é passível de recurso tanto da defesa quanto da acusação.