O vice-chefe do Ministério de Defesa da Ucrânia, Vadym Skibitsky, disse em entrevista ao jornal alemão Welt que o presidente russo, Vladimir Putin, é o principal alvo dos serviços secretos de seu país, que estariam em busca de russos responsáveis pela escalada no conflito no leste europeu. Putin se encontra no topo da lista porque, segundo Skibitsky, “ele coordena e decide o que acontece”. De acordo com a autoridade ucraniana, os serviços especiais estariam próximos de atingir o seu objetivo. “Ele [Putin] percebe que estamos nos aproximando dele, mas talvez também tenha medo de ser morto por seu próprio povo”, declarou.

Durante a entrevista, o vice-chefe de Defesa da Ucrânia também comentou sobre ações que estão acontecendo dentro do seu país. Diversas agências ucranianas estariam, por exemplo, realizando incursões em diferentes regiões como Rostov, Zaporizhzhia e Kherson. Conforme as informações detalhadas por ele, os russos também estariam reconstruindo o “mais rápido possível” o porto de Mariupol, que se tornaria o terceiro ponto chave para a logística. “É importante demolir as infraestruturas que não permitiriam o uso da cadeia logística”, explicou.

Na lista de alvos dos serviços secretos, além de Putin, também aparece o líder do Wagner Group, agrupamento paramilitar que atua em favor da Rússia. Yevgeny Prigozhin afirma que, junto às suas forças, tomou a cidade ucraniana de Bakhmut. “Nossa prioridade é destruir o comandante da unidade que manda seus homens atacarem”, revelou Vadym Skibitsky.

No início de maio, o Wagner Group teceu duras críticas ao Kremlin e chegou a acusar altos dirigentes do país por falhas na entrega das munições. “Estes são os rapazes que morreram hoje, o sangue ainda está fresco […] Vieram aqui como voluntários e estão morrendo para que vocês possam sentar-se como gatos gordos em seus escritórios de luxo”, disse Prigozhin em um vídeo no qual mostrava dezenas de corpos de soldados. Na época, o líder do grupo anunciou que retiraria suas tropas da cidade de Bakhmut. Esta não foi a primeira vez que tal ameaça foi feita devido a problemas relacionados à escassez de armamentos. Em março, o líder do grupo já havia alertado que retiraria soldados do local neste contexto.