O ditador venezuelano Nicolás Maduro anunciou que seu país vai receber, no final deste mês, um novo encontro do Foro de São Paulo, grupo que reúne partidos, governos e movimentos de esquerda da América Latina. “A ideia é organizar a agenda para este ano de 2020”, disse Maduro em um estádio de beisebol em La Guaira, ao norte de Caracas.
A reunião do Foro, que deve acontecer em Caracas entre 22 e 24 de janeiro, pode ficar esvaziada, já que até o momento poucos líderes confirmaram presença.
O anúncio foi feito pouco após deputados chavistas e opositores entrarem em confronto na sede da Assembleia Nacional – cada lado elegeu um presidente diferente para o comando da Casa e não reconhece o escolhido pelo adversário.
Maduro não especificou ainda quem exatamente fará parte da lista de convidados, mas um comunicado de seu partido, o Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV), mencionou alguns nomes. Entre eles estão o dirigente do regime ditatorial de Cuba, Miguel Díaz-Canel, e dois líderes dissidentes das antigas Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), Iván Márquez e Jesus Santrich – a dupla rompeu com o comando do grupo em agosto e anunciou a retomada da luta armada. A presença do ex-presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva, chegou a ser especulada, mas fontes próximas a ele afirmaram que ele não vai.
O Foro de São Paulo foi fundado em 1990 e reforçado pelo então líder opositor – e posteriormente presidente venezuelano – Hugo Chávez, em 1998, quando ele passou a ganhar projeção internacional.