Uma grande operação antiterrorismo lançada ontem neutralizou uma célula terrorista que “planejava novos ataques” e estava pronta para agir, afirmou o procurador de Paris, François Molins.
A operação em Saint-Denis, ao norte de Paris, esteve relacionada com os ataques terroristas lançados na sexta-feira (13) contra a casa de shows Bataclan, o Stade de France, restaurantes e bares.
A operação acabou após um cerco de sete horas e com um total de dois mortos, incluindo uma mulher-bomba que se suicidou, e com a prisão de outros sete suspeitos.
De acordo com Molins, os responsáveis pelos ataques em Paris chegaram à França em três carros vindos da Bélgica em 12 de novembro.
Documento
A França preparou um documento de três páginas com demandas à União Europeia (UE) para reforçar a segurança nos países do bloco e no espaço de livre circulação do continente, conhecido como zona Schengen.
Caso as propostas entrem em vigor, cidadãos europeus enfrentarão checagens muito mais rígidas em todas as entradas e saídas da área de livre circulação.
A lista deve ser apresentada durante uma reunião de emergência que acontece entre os ministros do Interior europeus na próxima sexta (20) e foi obtida com exclusividade pelo jornal inglês “The Guardian”.
As demandas são decorrência dos atentados promovidos pelo Estado Islâmico (EI) em Paris na última sexta-feira, que deixaram 129 mortos.
Caso o bloco apresente dificuldade de implementar rapidamente algumas das medidas, o documento afirma que a França pretende adotá-las unilateralmente em seu próprio território.
O jornal ressalta o impacto que as medidas teriam no serviço de trens Eurostar, que liga Londres e Paris e Bruxelas por meio do túnel do Canal da Mancha -o Reino Unido, ao contrário de França e Bélgica, não faz parte da zona Schengen.
A França pressiona também pelo reforço da checagem de refugiados que chegam à Grécia vindos da Turquia.
“Controles imediatos, reforçados, sistemáticos e coordenados são necessários nas fronteiras externas para que as pessoas gozem de liberdade de ir e vir dentro do espaço Schengen”, diz o documento, segundo o “Guardian”.