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15 julho 2008.
Fortaleza, Ceará, Brasil.

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Nacional

A ULTIMA LANTERNA

terça-feira, 15 de julho 2008

RIO %u2013 Airton de Oliveira Goulart, jovem, bigodudo, bem vestido, bem falante, chegou de férias a Curitiba. Era desembargador do Tribunal de Justiça de São Paulo e logo fez um amplo circulo de amizades.


            


 Não havia recepção no Palácio Iguaçu, ou aniversario de autoridade, que o paulista não estivesse lá. E brilhava. Em um mês já conversava sobre o Paraná,o governo do Estado,com a mais absoluta segurança e informação.


          


  O desembargador Goulart ia aposentar-se no Tribunal de São Paulo e estava em Curitiba procurando casa para morar, decidido a fugir da poluição paulista. Um amigo o achou jovem demais para desembargador :


            – Você fez uma carreira muito rápida.


            – Pois é. Minha família é importante, você sabe como é a Justiça, prestigio, pistolão, subi ligeiro.


           


O DESEMBARGADOR


          


  Uma noite, estava o desembargador Goulart no hotel, pôsto em sossego, tocou o telefone:


         


   – Desembargador, precisamos ouvi-lo aqui na Universidade. Há muito estamos querendo que o senhor fale para nossos professores e alunos


          


  – Como não? Podem marcar. Irei com muito prazer.


         


   Foi, deu uma aula, metade improviso metade lida, debaixo de palmas. Desembargadores, juizes, promotores, professores, ficaram encantados com a cultura e as luzes do colega paulista. No dia seguinte, a imprensa de Curitiba publicou sua foto na tribuna,falando,o auditório cheio 


           


Um jornal chegou a Araraquara, em São Paulo, e foi um sucesso na penitenciaria, de onde o falso Goulart e falso desembargador havia fugido há três meses, cumprindo pena por assalto à mão armada. Desapareceu.


           


A JUSTIÇA


           


A literatura da justiça é farta como a historia da humanidade. No Império Romano, Cícero, o senador, a definiu como %u201Ca cada um o seu%u201D (%u201Cunicuique suum%u201D). Na França dos reis, Richelieu, o cardeal, denunciava :


            – %u201CQuem compra a justiça a grosso pode vende-la a retalho%u201D .


            E Napoleão, o imperador, via a Justiça em duas bandas :


            – %u201CA Justiça quer dizer força mas também quer dizer virtude%u201D.


            Como se não bastassem o governo dia e noite nas manchetes policiais e o Congresso de manhã e de tarde na porta das delegacias, agora ainda vêm a Policia e a Justiça lavando roupa suja em publico.


            É a democracia, dirão os otimistas e puristas. Mas não custa nada exercer a democracia com um mínimo de bons modos. Para o povo, a Justiça é a ultima lanterna acesa. Não podemos deixar que ela se apague.


 


CELIO BORJA         


           


Hoje, no Rio, haverá uma festa da Justiça : os 80 anos de Célio Borja, vice-presidente da UNE (1948), deputado estadual pela UDN da Guanabara (1962), líder e secretario do governo Lacerda, deputado federal da Arena do Rio em 70, 74 e 78, presidente da Câmara Federal no governo Geisel, derrotado para o Senado em 82 por Roberto Saturnino, ministro do Supremo em 86 (governo Sarney) e da Justiça em 92 (governo Collor).


            Às 12,30, no restaurante do Jockey Clube Brasileiro (sede central, Av. Antonio Carlos, 501 %u2013 10º andar), haverá almoço de adesão organizado por uma comissão de ministros, politicos, professores, advogados : Gilmar Mendes, Ellen Gracie, Tarso Genro, Afonso Arinos de Mello Franco, Cezar Brito, Francisco Dornelles, Rafael de Almeida Magalhães, Marcelo Cerqueira, Regina Bilac Pinto, Alfredo Marques Viana e outros.


 


ESTADO POLICIAL


           


Deve ser um almoço quente. Em entrevista ao Globo de domingo (a Fernanda Godoy e Lydia Medeiros)Célio Borja avisou não estar sartisfeito:   


        1. – %u201CEstamos virando um Estado policial. Há excesso de regulamentação da vida privada. E no processo eleitoral. Um jovem que inicia a carreira política nesse regime não vai a lugar algum. Os meios de que se pode valer, os mais modestos, estão impedidos%u201D.


            2. %u2013 %u201CQuerem impedir o uso do celular na campanha eleitoral. Qual é o problema da comunicação entre os cidadãos? Isso é cercear a liberdade pessoal. A questão é não ter medo da liberdade%u201D.


        3.%u2013 %u201CHá pouca leitura. Os juizes não estão lendo para dar sentença. Por mais ilustrados que sejam. A impressão é que os juizes puseram de parte a ciência do Direito. E vivem mais de uma certa intuição do justo%u201D,


            4. %u2013 %u201CFaltam grandes lideranças morais na administração. Quando o chefe passa a mão na cabeça de quem prevaricou está dando sinal verde. %u201CNão sabe%u201D %u201CNão é com ele%u201D. É com ele, sim. Se sou o chefe da administração, tudo é comigo%u201D.


         5. %u2013 %u201CÉ preciso homens de Estado e nós não temos. Temos políticos, gente que dá jeitinho nas coisas. Os partidos substituíram os eleitores. E são, na verdade, associações de profissionais. Deveriam ser de cidadãos%u201D.                                                       


 


SARNEY


           


Toda eleição, a mesma coisa. No Maranhão ou no Amapá, quando chegam as eleições, o senador Sarney, tão democrata nos discursos de ex-presidente, e nos artigos na %u201CFolha%u201D, fica com o diabo no corpo e quer eliminar quem o critica. Em 2006, processou dezenas de jornalistas (mais de 30)que lhe faziam oposição e tentou fechar jornais,rádios,%u201Cblogs%u201D, etc.


            Agora, voltou ao mesmo comportamento mussolínico : alem de cobrar uma %u201Cindenização moral%u201D de R$220 mil (!), quer pôr na cadeia o bravo jornalista Lourival Bogea, do  %u201CJornal Pequeno%u201D, do Maranhão,  


                                   www.sebastiaeonery.com,br.


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 

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