A defesa do ex-banqueiro Salvatore Cacciola afirmou ontem que vai pedir o arquivamento de dois dos três processos que existem na Justiça contra o ex-dono do banco Marka. Os advogados pretendem juntar aos processos um documento que receberam de Mônaco sobre o acordo de extradição entre o principado e o Brasil.
Segundo a defesa de Cacciola, pelo acordo, o ex-banqueiro só pode ser julgado pelo processo pelo qual foi requerida sua extradição. No processo em questão, Cacciola foi condenado em primeira instância -na 6ª Vara Criminal Federal do Rio de Janeiro- por gestão fraudulenta. A condenação aconteceu em 2005.
Além deste, existe um processo contra Cacciola na 5ª Vara Criminal Federal do Rio por gestão temerária de instituição financeira e empréstimo vedado, e um terceiro, na 2ª Vara Criminal Federal do Rio, por emissão de debentures sem lastro.
"O Brasil tem que cumprir o que assinou, sob pena de perda de credibilidade junto aos órgãos internacionais", afirmou o advogado Carlos Ely Eluf.
Essa documentação deve ser apresentada na sexta-feira na 5ª Vara Criminal Federal do Rio, onde o ex-banqueiro está intimado a comparecer às 13h do mesmo dia.
» Liberdade. A defesa também deve pedir à Justiça a liberdade de Cacciola, que cumpre prisão preventiva. Os advogados argumentam que o ex-banqueiro já está preso há 11 meses e tem mais de 60 anos. Também argumentam que seu cliente é réu primário.
Questionado se Cacciola não poderia deixar o país novamente caso saia da prisão, o advogado negou a possibilidade. "Uma das providências que a defesa quer adotar é entregar os passaportes [de Cacciola] para a polícia", disse Eluf.