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Divulgada a pedido de Lula, cartilha do PT desagrada governo

Integrantes do governo da presidente Dilma Rousseff criticaram, nessa quarta-feira (11), a divulgação de uma cartilha em que o PT ataca o juiz Sérgio Moro e o ministro do STF Gilmar Mendes, além de condenar, nominalmente, procuradores e delegados envolvidos na Operação Lava Jato.
Entre ministros do governo, o documento foi apontado como “um tiro no pé”, uma vez que o desdobramento das investigações depende desses agentes.

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Petistas ligados ao governo chegam a lembrar de que uma ação de busca e apreensão na casa de Luis Cláudio, filho do ex-presidente Lula, ocorrera depois de o Instituto Lula entrar com uma representação contra um procurador da República.

Seguindo orientação do ex-presidente, o PT criou um grupo de trabalho encarregado de produzir um documento que servisse de munição aos militantes. Carlos Henrique Árabe e Monica Valente foram designados para coordenar sua redação. Antes da divulgação, o texto, de 34 páginas, foi submetido ao Instituto Lula.

A publicação do documento – repleto de ataques à imprensa- ocorreu um dia depois de o ministro de Comunicação Social, Edinho Silva, reunir-se, em São Paulo, com o comando das Organizações Globo.
Segundo Árabe, o conteúdo do texto foi aprovado pela Executiva Nacional do PT. O documento passará por uma revisão apenas para aprimorar seu acesso via internet. A cartilha está sendo enviada pela presidência do PT a vereadores e deputados estaduais.

Erro
Para integrantes do governo, foi um erro confeccionar o documento no momento em que o Judiciário decidirá sobre aplicação de multa ao PT para ressarcimento aos cofres públicos dos recursos que teriam sido desviados na Operação Lava Jato.

O nome de Moro é, por exemplo, citado 19 vezes. “Todos os ex-dirigentes da Petrobras investigados na ‘Operação Lava Jato’ eram altos funcionários da estatal no governo FHC. Mas, como diz o juiz Sergio Moro, ‘isso não vem ao caso’”, acusa o texto que será publicado do site do partido.

Gilmar Mendes é mencionado quatro vezes: “As manobras e declarações antipetistas de Mendes, incompatíveis com a imparcialidade e o recato exigidos de um juiz, não são capazes de mudar a realidade: quem escancarou a influência do poder econômico na vida política brasileira foi o governo do PSDB, o mesmo que corrompeu o Congresso para introduzir a reeleição”, diz.
O texto acusa ainda a procuradoria de engavetar casos referentes à máfia dos trens em São Paulo. “Se não tivesse sido investigado fora do Brasil, esse caso também seria jogado para debaixo do tapete. Com auxílio do procurador Rodrigo de Grandis, o processo estava engavetado”.

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