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Inaugurada primeira cidade provisória para desabrigados das chuvas no RS

A primeira cidade provisória para vítimas das enchentes no Rio Grande do Sul foi inaugurada nessa quinta-feira (4) em Canoas, na Região Metropolitana de Porto Alegre. Batizado de Recomeço, o Centro Humanitário de Acolhimento (CHA) aberto pelo governo gaúcho começou a receber pela manhã de ontem os primeiros moradores, a maior parte de Canoas, uma das cidades mais afetadas pelas cheias.
O espaço foi preparado para receber 97 famílias no primeiro dia. Elas estavam em dois abrigos, que serão desativados. A lotação máxima de 630 pessoas deve ser atingida no dia 15 deste mês. A estrutura leva em conta critérios como presença de idosos, gestantes, pessoas com deficiência (PCDs) e com transtorno do espectro autista. São 126 casas modulares instaladas em área de 30 mil m².


As estruturas são simples, no padrão da Organização das Nações Unidas (ONU) para refugiados. No Brasil, alojamentos do tipo foram erguidos em Roraima em meio à crise da imigração venezuelana. Cada casa tem 17 m² e abrigará até cinco pessoas. São oferecidos cama de casal, beliches e berços, de acordo com a necessidade de cada família.


A divisão do espaço é por “ruas”, e cada casa é identificada por uma letra e número. A iniciativa é coordenada pelo vice-governador do Estado, Gabriel Souza (MDB), e integra o Plano Rio Grande de ações estaduais para mitigar os danos das chuvas e enchentes.
A instalação das casas provisórias começou no dia 17 de junho e foi financiada pelo sistema Fecomércio. A Agência da ONU para Refugiados (Acnur) doou as casas modulares, montadas por especialistas com auxílio do Exército. A gestão do espaço será feita pela Agência da Organização das Nações Unidas para as Migrações (OIM).


A alimentação fica a cargo de empresa contratada pela OIM e será servida em refeitório coletivo que pode ser ocupado por até 450 pessoas. A maior parte das casas fica na área externa do Centro Humanitário, no pátio do terreno. Essas estruturas são maiores, divididas ao meio e com uma porta em cada extremidade, configurando duas unidades habitacionais. Essa divisória interna não chega até o fim do teto. Por isso, segundo a coordenação do CHA, o plano é dar preferência de ocupação desses lugares a pessoas que sejam parentes ou conhecidas.


Na área externa também ficam banheiros, e o anexo coberto com canil e parquinho para cachorros. Gatos podem ficar dentro das unidades habitacionais, sob cuidados dos donos. No espaço interno, dentro de um pavilhão, ficam outras casas provisórias menores e individualizadas, sem a divisória. O local também tem áreas de uso comum. Há sala com brinquedos, livros e material de desenho espalhados por mesas, já prontos para receber crianças.
A área de higiene é composta por 28 contêineres com banheiros. São 76 sanitários comuns e 15 para PCDs, além de 54 chuveiros, seis deles para PCDs. Segundo o Governo gaúcho, a média de um banheiro a cada sete pessoas é superior à recomendação da OIM, que é de um para 20. O espaço também conta com berçário, fraldário e cadeiras de amamentação.
A lavanderia tem oito máquinas de lavar e outras oito de secar, e um espaço com varais. A segurança será feita pela Brigada Militar do RS, que terá um posto fixo, e pela Secretaria de Segurança Pública de Canoas, que fará a gestão das câmeras de circuito interno.
Dois consultórios médicos foram montados no lugar, um para atendimento e outro para recuperação. Os espaços têm equipes de saúde e assistência social municipal e estadual. As famílias chegam em ônibus, e são encaminhadas em grupos pelos agentes da OIM para um cadastramento de informações básicas.
O governador Eduardo Leite (PSDB) disse na inauguração que o cenário “não é ainda o ideal”, mas afirmou ver o CHA como “mais um passo” para reduzir o número de desabrigados no Estado, de cerca de 6 mil atualmente. Devem ser instalados quatro CHAs em breve, com previsão de acolher 3.700 pessoas.

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