Zé Baioneta, sapateiro muito prendado lá de Remanso, na Bahia, bebia muito. Bebia demais. Recebeu um dinheiro do cabo chefe do destacamento policial para fazer uma bota, bebeu o dinheiro, não conseguiu comprar o couro, começou a se esconder do cabo. Uma tarde, já noitinha, ia voltando para casa bem chumbado, encontra o cabo na esquina:
– Zé Baioneta, e minha bota?
– Vou fazer, seu cabo. Tive uns problemas mas vou fazer.
– Faça logo, urgente. Você recebeu meu dinheiro e está me deixando desmoralizado na cidade com essa bota estragada, furada, uma vergonha.
– Nada disso, seu cabo.Eu vou lhe dizer uma coisa.Aqui em Remanso não tem ninguem tão importante quanto o senhor. É mais importante do que o prefeito Marcelino Régis e do que o deputado Carlos Ribeiro.
– E do que Deus?
Zé Baioneta pensou um pouco:
– Aí empata.
Meirelles é o cabo de Remanso do governo Lula. Ninguem mais importante do que ele. Empata com Deus. E Lula é seu Zé Baioneta: Consequencia da explosão das remessas de lucros e dividendos pelas multinacionais, o deficit do primeiro semestre de 2008 foi o pior da historia das transações com o exterior,desde
E Meirelles aumentando os juros no BC, o sindicato dos bancos.
JOSÉ MUCIO
Nascido na mais fina linhagem do conservadorismo canaveiro de Pernambuco, a dos Monteiro (o ex-ministro Armando Monteiro é seu tio), o deputado José Mucio chegou à Câmara Federal em 91, pelo PDS, depois de ter sido vice-prefeito e prefeito de sua terra, Rio Formoso, pela Arena.
Entrou no PFL e começou devagarinho, como quem não queria nada. De repente, pulou para o PTB e, logo no governo proletário do camponês-operário Lula, virou ministro da Articulação Política e uma unanimidade no Governo. Elegante, civilizado, bem falante, está todos os dias nos jornais com frases inteligentes e bem humoradas. A ultima foi :
– É só o que tem aqui (na base do governo) : bôlo e rôlo. O dia em que não for assim, perco meu emprego.
Já o querem até para vice na chapa do PT em 2010. Nessa ele não vai. Usineiro sabe a terra onde dá cana.
MAÇONARIA
No começo do ano, contei aqui que Lula havia arranjado mais um partido político para sua base de governo : a Maçonaria. E que o acordo começava pela nomeação do maçon, com nome espírita, Alan Kardec, para presidente da subsidiaria da Petrobrás para os biocombustiveis.
Agora, saiu afinal a diretoria da subsidiaria dos biocombustiveis: presidente, Alan Kardec. Lula cumpriu o negociado.Mais votos na Câmara.
ARACAJU
No Globo, com a aliança PC do B- PT-PSDB em Aracaju, o Jorge Bastos Moreno diz que das seis capitais em que o primo pobre, o PC do B, tem chances de ganhar, o PT só se coligou em duas : Aracaju e São Luis, Na verdade, só em uma, São Luis. O exemplo de Aracaju não vale. Em Aracaju, o PT apoiou o PC do B na marra. Não tinha outra saida. O candidato a prefeito Edvaldo Nogueira já era vice de Marcelo Deda. Deda candidato a governador (depois eleito), Edvaldo Nogueira assumiu a prefeitura desde abril do ano passado.
Candidato agora à reeleição, ou o PT aceitava indicar seu vice, ou ficava fora da eleição. E o vice seria do PSDB.
Em Aracaju praticamente não haverá disputa. A senadora Maria do Carmo está doente e por isso o ex-governador João Alves não é candidato
PARTIDO FEMININO
O Jorge Moreno está certo é quando fala no partido feminino. Foi preciso haver uma guerra na floresta amazônica e o PC do B virar mesmo um partido, para o Brasil ter um partido mais feminino do que masculino.
Jô Morais, do PC do B, está comandando as eleições
Para os homens, coitados, só coube a vice de Marta Suplicy,
É curioso que o partido das mais bonitas candidatas tenha sido criado por três dos homens mais feios da historia política do pais: João Amazonas, Diógenes Arruda e Mauricio Grabois. (O supercampeão foi Nereu Ramos).
CESAR E GIL
Tempos houve em que os políticos pediam demissão e não saiam. Agora, César Maia e Gilberto Gil inverteram: saem e não pedem demissão.
Há tres anos, César Maia, reeleito prefeito do Rio, assumiu, sumiu, saiu. Mas demissão não pediu. E o Rio está abandonado como nunca se viu.
A rima Gilberto Gil passa mais tempo fazendo shows pelo mundo a fora do que trabalhando no ministério que assumiu, onde recebe seu salário e tem toda uma infraestrutura trabalhando pelo sucesso, não da cultura nacional, mas do artista baiano. Grande, notável artista, mas ministro sumido. Sem falar nas limusines, almoços e facilidades das embaixadas.
O ministério da Cultura virou o florado ministério da Giltura.
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