O Ministério da Saúde emitiu alerta sobre o risco de febre oropouche para grávidas. Segundo nota técnica, há risco de transmissão vertical, isto é, da gestante para o feto. Por isso, o governo pediu aos Estados que intensifiquem a vigilância.
A orientação foi emitida após o Instituto Evandro Chagas detectar a presença do anticorpo do vírus em amostras de caso de abortamento e outros quatro de microcefalia. Segundo o Ministério, ainda não é possível afirmar que exista relação entre a infecção e o óbito com as malformações neurológicas.
Entre as recomendações feitas pela Saúde estão intensificar a vigilância nas fases finais da gestação e no acompanhamento dos bebês de mulheres que tiveram dengue, zika e chikungunya ou febre de oropouche, com coletas de amostras e preenchimento da ficha de notificação. De janeiro a 6 de julho, o Brasil confirmou 7.044 casos da febre do oropouche.
Em abril deste ano, o Ministério já havia identificado alta nos casos no país. De acordo com a Saúde, no momento, a transmissão da doença ocorre em mais da metade do Brasil: Acre, Amapá, Amazonas, Bahia, Espírito Santo, Maranhão, Mato Grosso, Minas Gerais, Pará, Pernambuco, Piauí, Rio de Janeiro, Rondônia, Roraima, Santa Catarina e Tocantins. Antes, os casos ficavam restritos ao Norte do Brasil. Nos casos notificados no Ceará, Mato Grosso do Sul e Paraná, o local provável de infecção ainda está em investigação.
A febre do oropouche é transmitida pelo mosquito Culicoides paraensis, conhecido popularmente como maruim. O quadro clínico é semelhante ao da dengue e da chikungunya.