Na semana passada, o juiz Carlos Henrique Haddad determinou que líderes do MST paguem multa de R$ 5,2 milhões à Vale por conta da ocupação da estrada de ferro Carajás, em Parauapebas, a 836 km de Belém. O MST havia fechado a ferrovia duas vezes no ano passado, impedindo o transporte de minério de ferro do Pará ao porto de Itaqui, no Maranhão. Então veio a resposta em novilíngua do movimento: a sentença do juiz representa a “criminalização” dos movimentos sociais que lutam “contra as injustiças no campo e por um Brasil melhor”.
Invasores, saqueadores e seqüestradores protestando contra a “criminalização” do bando: George Orwell pintou esse quadro no seu 1984. Cometido por eles, os que lutam por um Brasil “melhor” (um Brasil comunista), o crime deixa de ser crime. Noções de certo e errado são frescuras burguesas – mas só quando a inversão da lógica pode ser usada a favor da causa. Por que digo isto? Simples: experimente invadir um acampamento do MST com a desculpa de “lutar contra a injustiça”. Você acha que seria recebido de braços abertos? Experimente bloquear a estrada por onde passam os soldadinhos de João Pedro Stedile. Você acha que eles encerrariam a caminhada serenamente? Claro que não.
Os dirigentes do MST usam uma enorme massa de manobra rural e urbana – muitos integrantes do movimento “sem terra” são apenas desempregados da cidade cooptados – para mamar nas tetas do governo e construir o comunismo a partir do campo, invadindo propriedades privadas, destruindo patrimônio alheio, bloqueando estradas, atrapalhando a vida de trabalhadores que nada têm a ver com o assunto. Ao fim de tudo isso, pedem mais dinheiro ao governo. Se você, que paga os impostos repassados ao MST, ao menos sugerir que alguma coisa aí está errada, será automaticamente acusado de estar “criminalizando” o movimento. A arma mais poderosa dessa gente é a chantagem emocional pura e simples.
Existem até escolinhas sustentadas com dinheiro público para doutrinar as crianças dentro da boa e velha ideologia marxista-leninista, onde elas aprenderão desde a mais tenra idade que, dependendo da causa, o mal pode ser o bem e o bem pode ser o mal. Logo estarão prontas para atender à convocação feita em 2003 pelo guia espiritual Stedile: “A luta camponesa abriga hoje 23 milhões de pessoas. Do outro lado há 27 mil fazendeiros. Essa é a disputa. Será que mil perdem para um? É muito difícil. O que nos falta é nos unirmos, para cada mil pegarem um. Não vamos dormir até acabarmos com eles”. www.brunopontes.blogspot.com.