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As ilusões do fim de ano

No primeiro ano do início da Era PT no comando do País, 2003, a meta fiscal era um superávit de 3,75% do Produto Interno Bruto. Ao final de 2003, o Banco Central comandado pelo “quase futuro” ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, apontava que a tendência daqueles 4 anos seria de 4,25% do PIB.

O Brasil de 2015 é diferente daquele de 2004, no início de 2005 o Brasil era a 12ª economia do planeta. Depois de chegarmos a 7ª economia do Planeta durante os Anos PT, tendemos a terminar o ano, face a desvalorização do real a redução do PIB, na 9ª posição. Nada mal?! Nada bem, se vermos um pouco mais adiante. O Brasil depois de anos apostando na política do tripé econômico(câmbio flutuante, responsabilidade fiscal e controle inflacionário) desde 2013 passou a colocar isso em segundo, terceiro plano. Pelo que foi aprovado pela Comissão Mista de Orçamento do Congresso Nacional na semana passada teremos uma nova meta fiscal, em déficit, da ordem de 2,08% do PIB em 2015. Isso foi necessário senão o Governo Federal poderia ser novamente condenado pelo Tribunal de Contas daUnião(TCU) por ser irresponsável fiscalmente.

Isto preciso ser dito, apesar de não ser fácil para o leitor comum, pois terminamos a semana muito mais focados nas agruras e vergonhas públicas advindas do processo no Conselho de Ética da Câmara Federal que investiga a quebra de decoro do Presidente da Câmara Federal, Eduardo Cunha(PMDB-RJ). Tem-se a impressão de que as dificuldades da Presidenta Dilma Rousseff que trabalhava, claramente, para evitar ser impechada ainda neste ano de 2015 – foram superadas. Na verdade, o impeachment fica cada vez mais distante. As grandes consultorias nacionais e internacionais já têm isso consolidado para este ano de 2015.

Era comum que a cada agrura de algum adversário do Governo, especialmente de Eduardo Cunha, noutros momentos, vinha um nova patuscada do Palácio do Planalto ou alguma pernada dada no PT e aliados por conta de algum movimento da Operação Lava Jato ou da Operação Zelotes. Há indicativos que a Operação Zelotes ainda poderá gerar desconfortos até o final do ano no Judiciário, porém as agruras de Cunha perdurarão.

Expor este novo momento da economia nacional é um indicativo de que a saída de Cunha, muito provavelmente no final do primeiro trimestre de 2016, não será suficiente para acabar os solavancos. O próximo presidente da Câmara Federal, que irá conduzir aquela Casa até o dia 31 de janeiro de 2017, não tende a ser um aliado incondicional do Governo Federal, nem provavelmente o que virá para o biênio 2017/2018. Os deputados e senadores tomaram gosto por algum protagonismo. Especialmente os deputados.

Vamos começar o ano de 2016, infelizmente, sob grande pressão. No primeiro trimestre, data prevista da queda de Cunha, estaremos com um pico numa inflação pensada em 12 meses(o primeiro trimestre sempre é o mais difícil do ano). Haverá uma sensação na sociedade de que muita coisa foi perdida(desemprego, falta de oportunidades para os jovens e dívidas). Não precisa ser prestigiador, um bruxo, para ter certeza que o ano começará muito tenso especialmente na cabeça das pessoas. Nessa hora, o ser humano vê no alheio o motivo de suas agruras, até para suportar tamanha pressão. O Governo vai pagar o pato, duplamente! O que podemos dizer é que o que vêm é pura ilusão.

Genésio Araújo Júnior
Jornalista

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