Para quem acessar a minha biografia, quer no portal do Senado ou da Câmara dos Deputados, fácil seria encontrar informações peculiares de uma longa trajetória na vida pública, o que não me dispensaria de discorrer, como em oportunidades anteriores, sobre os caminhos trilhados durante mais de meio século como detentor de funções públicas. Em diversos comentários tenho abordado fatos que considerei relevantes no período compreendido, englobando atividades legislativas e cargos ocupados na esfera executiva – esta última, quando exerci a Presidência do Banco do Nordeste, e a Vice-Presidência do antigo Banespa – ex-banco paulista, que já foi o maior estabelecimento econômico-financeiro do País, entre os oficiais. Em ambas as instituições busquei seguir diretrizes dos respectivos governos, sendo o BNB o que me trouxe inspiração para, quando voltasse ao Legislativo (1987), patroneasse iniciativas que tiveram enorme repercussão na vida da comunidade, especialmente o FUNDO CONSTITUCIONAL DO NORDESTE-FNE, institucionalizado pela Constituição de 1988, e atualmente a maior fonte de aplicabilidade daquele estabelecimento, beneficiando, sobretudo a região do semiárido. Na qualidade de presidente do BNB tive a honra de integrar o Conselho Deliberativo da Sudene, quando me foi ensejada a oportunidade de debater questões imprescindíveis ao desenvolvimento nordestino, alinhando o banco regional aos sonhos de progresso e bem-estar social do Polígono das Secas. Ainda como dirigente do BNB, também me tornei membro do Conselho Monetário Nacional, ao lado de OTÁVIO GOUVEIA DE BULHÕES, mestre de várias gerações de economistas, que prelecionava orientações momentâneas do País e de outros recantos do planeta, primando pelos caminhos mais ajustáveis à realidade brasileira. Recordo que ao final de minha gestão, às vésperas de me desincompatibilizar para concorrer a um novo mandato senatorial, fui atendido em um crédito especial 250 milhões (dinheiro da época), para estimular a agricultura na fase de plantio, quando então já se avizinhava a quadra invernosa. Ao exonerar-me daquela organização (BNB), recebi espontânea e calorosa manifestação, já que o funcionalismo entendera, generosamente, que eu havia cumprido a nobilitante missão, e poderia, se eleito – como assim ocorreu –, continuar servindo devotadamente aos interesses da Região Nordeste. Dissertar sobre tais experiências me serve como comprovação de que não foram poucos os esforços despendidos para honrar os mandatos, bem assim buscar alternativas que impulsionassem o nosso desenvolvimento econômico e social, sobrelevando sempre os anseios democráticos do povo brasileiro.
MAURO BENEVIDES
JORNALISTA E
SENADOR-CONSTITUINTE
