O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) divulgou um estudo que apresenta possíveis cenários para o Brasil até 2023, e propõe ações de prevenção social e de segurança pública para o País. Mesmo nos cenários mais positivos, a publicação mostra que certas tendências dificilmente poderão ser revertidas até 2023, como a desigualdade social elevada, o fácil acesso às armas ilegais de fogo, o crescimento da criminalidade no interior do País, o alto número de mortes pela polícia, o endurecimento penal, os problemas de governança na segurança pública e a alta sensação de insegurança.

São, de fato, problemas de difícil resolução, mas que precisam ser enfrentados caso queiramos diminuir os insuportáveis índices de violência no Brasil. “Mudar essas tendências depende de uma atuação coordenada de todos os principais atores, que precisa ser construída e liderada pelo Ministério da Justiça”, afirmou o diretor de Pesquisa, Análise de Informação e Ensino da Secretaria Nacional de Segurança Pública, do Ministério da Justiça, Rogério Carneiro.

Uma das medidas, nesse sentido, seria aumentar a fiscalização sobre as fronteiras brasileiras, já que é por lá que entra o binômio da morte representando por drogas e armas ilegais. Toda e qualquer medida de segurança pública deveria começar pela vigilância das fronteiras que, atualmente, são verdadeiras peneiras onde indivíduos de alta periculosidade e todo tipo de mercadoria ilegal circulam quase que livremente. Ainda que seja difícil fiscalizar um país da grandeza do Brasil, é inadmissível que tenhamos tanta fragilidade em nosso sistema de defesa.

Além disso, faz-se necessário o estabelecimento de pactos entre os órgãos dos três poderes na coordenação de ações – hoje realizadas isoladamente no sistema de justiça criminal – a estruturação dos órgãos de segurança pública e o envolvimento da sociedade. É um desafio enorme e que precisa ser encarado.